“O autor do ataque perpetrado ontem [sexta-feira] em Londres é um combatente do Estado Islâmico”, indicou a SITE, uma consultora especializada em terrorismo ‘jihadista’, que reproduziu uma mensagem da agência Amaq, cujas contas nas redes sociais foram na sua maioria bloqueadas pelas autoridades nos últimos dias.
Segundo o comunicado obtido pela SITE, o ataque foi efetuado “em resposta aos apelos para atacar cidadãos da coligação” internacional liderada pelos Estados Unidos, que combate o grupo ‘jihadista’ e que em outubro matou o seu líder e fundador, Abu Bakr al Bagdadi.
Esta sexta-feira, um homem esfaqueou várias pessoas na London Bridge, em Londres, Reino Unido.
O autor do atentado, que foi abatido a tiro pela polícia no local, foi identificado como Usman Khan, um homem de nacionalidade britânica com 28 anos que terá alegadamente agido sozinho.
Ao início da tarde de ontem, Neil Basu, chefe da unidade antiterrorista britânica, tinha avançado que o incidente estava a ser tratado como um ato "terrorista".
O atacante envergava um colete com explosivos falsos, estava referenciado pela polícia e tinha sido condenado em 2012 por crimes de terrorismo. Encontrava-se em liberdade condicional após ter cumprido metade de uma pena de 16 anos por planear atentados ‘jihadistas’ na capital britânica.
O ataque de sexta-feira não teve início, como foi referido inicialmente, na Ponte de Londres, mas sim num edifício nas imediações onde decorria uma conferência sobre reabilitação de reclusos organizada pela Universidade de Cambridge, segundo precisou a polícia metropolitana local.
Usman Khan era um dos participantes da conferência.
A par das duas vítimas mortais (um homem e uma mulher), outras três pessoas ficaram feridas no ataque.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, visitou hoje o local do ataque e a Ponte de Londres, comprometendo-se a rever o regime da liberdade condicional no Reino Unido.
“Quando as pessoas são condenadas a um certo número de anos de prisão, elas devem cumprir cada ano da sentença”, afirmou.
“Não faz nenhum sentido para a nossa sociedade libertar antecipadamente pessoas que foram condenadas por crimes terroristas, por crimes violentos", disse Johnson, reforçando: "Digo há muito tempo que este sistema simplesmente não funciona".
O líder dos conservadores britânicos, que suspendeu a sua campanha eleitoral após o ataque - que ocorreu a menos de duas semanas das legislativas antecipadas britânicas de 12 de dezembro -, também defendeu penas mais pesadas para os crimes violentos.
Boris Johnson assegurou ainda que os casos de outros condenados por terrorismo que também foram libertados antecipadamente estão a ser revistos, prometendo: “Um grande trabalho está a ser feito para garantir que o público esteja protegido".
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