Os Estados Unidos anunciaram esta quarta-feira a intenção de impor novas sanções económicas à Rússia, depois de responsabilizar Moscovo pelo ataque com o agente nervoso Novitchok, ocorrido em março no Reino Unido.

"Após usar um agente nervoso Novichok numa tentativa de assassinar o cidadão do Reino Unido Sergei Skripal e a sua filha, Yulia Skripal", Washington determinou que "o governo da Federação da Rússia usou armas químicas ou biológicas em violação do direito internacional", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.

Depois de decorrido um período de 15 dias para notificação, as sanções vão ter efeito por volta de 22 de agosto, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado citado pela AP.

O antigo espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia foram envenenados em março com Novichok, um agente neurotóxico de uso militar, em Salisbury, no Reino Unido.

A Rússia foi acusada pelo Reino Unido de ser responsável pelo ataque, algo que o Kremlin nega veementemente.

Desde março, dois outros cidadãos britânicos sem ligações à Rússia foram envenenados com a mesma substância.

O caso Skripal provocou uma crise diplomática que se traduziu numa ação coordenada inédita para a expulsão de diplomatas russos de vários países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e dois terços dos países membros da União Europeia (UE), a que a Rússia respondeu com a expulsão de diplomatas ocidentais.

O Reino Unido mantém que o ataque contra os Skripal foi ordenado pelo Governo russo, uma acusação que continua a ser recusada por representantes do Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O ex-espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia Skripal foram hospitalizados em estado crítico, mas sobreviveram e acabaram por ter alta médica depois de várias semanas de internamento.

[Notícia atualizada às 21:31]