“Estamos muitos preocupados com a atividade militar provocatória da China em relação a Taiwan”, sublinhou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em conferência de imprensa após a reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Para o governante, esta atividade “é desestabilizadora” e “cria um risco de erro de cálculo e tem potencial para enfraquecer a paz e a estabilidade na região”.
Blinken incentivou Pequim a “cessar a pressão militar, diplomática e económica sobre Taiwan”.
O secretário de Estado apontou ainda que os Estados Unidos “têm um compromisso” com a segurança da ilha, depois de “durante muitos anos” trabalharem pela paz e estabilidade na região.
“Continuaremos a trabalhar com amigos e aliados, com os quais compartilhamos valores e continuaremos a fortalecer os nossos laços com um Taiwan democrático”, destacou Blinken, citado pela agência EFE.
Quase 150 aviões militares chineses ultrapassaram o ADIZ de Taiwan desde os primeiros dias de outubro.
Estas manobras, descritas pela imprensa chinesa como “um forte aviso aos separatistas taiwaneses e aos países estrangeiros que os apoiam”, dispararam os alarmes em Taiwan.
O ministro da Defesa taiwanês, Chiu Kuo-cheng, referiu hoje que as relações entre Taipé e Pequim estão a atravessar o “seu pior momento em 40 anos”.
Taiwan tem-se considerado um território soberano com o seu próprio governo e sistema político sob o nome da República da China desde o fim da guerra civil nacionalista-comunista em 1949, mas Pequim mantém que é uma província rebelde e insiste em regressar àquilo a que chama a pátria comum.
A ilha é também um importante ponto de discórdia entre a China e os Estados Unidos, especialmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de um conflito com a China.
Em 1979, depois de quebrar os laços diplomáticos com Taipé e de os estabelecer com Pequim, os Estados Unidos adotaram o ‘Taiwan Relations Act’, no qual se comprometia com a defesa da ilha e o fornecimento de equipamento militar, um compromisso que gerou numerosas fricções entre as duas potências.
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