O homem, identificado pela polícia como Floyd Ray Roseberry, de 49 anos, natural de Grover, no Estado da Carolina do Norte, saiu do veículo e estava a ser levado para custódia policial pouco antes das 14:30 locais (19:30 em Lisboa).
A polícia do Capitólio, edifício onde funciona o parlamento dos Estados Unidos, confirmou esta tarde que os agentes deram "resposta a um veículo suspeito perto da Biblioteca do Congresso”, edifício que fica junto ao Capitólio e ao Supremo Tribunal.
Roseberry tinha parado a carrinha, que não tinha placas de matrícula, em cima do passeio em frente à Biblioteca do Congresso e disse à polícia que tinha uma bomba, e um agente viu o que lhe pareceu ser um detonador na mão dele.
Durante cerca de cinco horas, o homem esteve em comunicação com os negociadores da polícia, escrevendo notas a partir do interior da carrinha e mostrando-as às autoridades.
Enquanto decorriam as negociações, foi divulgado na rede social Facebook um vídeo de Roseberry dentro da carrinha, que estava cheia de moedas e caixas. Ele fazia ameaças de explosões, proferia ameaças contra o Governo e falava do que acredita serem os males do país, incluindo a posição dos Estados Unidos no Afeganistão, o sistema de saúde e as Forças Armadas.
Dizia que os democratas deviam abandonar o poder, mas também que adorava o Presidente, o democrata Joe Biden.
O Facebook retirou o vídeo algumas horas depois de este ter sido aparentemente filmado. Roseberry não parecia ter qualquer exigência específica às autoridades além de falar com Biden.
A sua ex-mulher, Crystal Roseberry, declarou ter visto imagens do homem na carrinha junto ao Capitólio e confirmou à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) que se tratava do ex-marido. Disse que não tinha conhecimento de que ele alguma vez tivesse tido explosivos, mas que era um ávido colecionador de armas de fogo.
"Estamos a tentar obter o máximo de informação que pudermos para encontrar uma forma de resolver isto pacificamente", declarou o chefe da polícia do Capitólio, J. Thomas Manger. esta tarde, situação que se acabou por confirmar.
O episódio começou por volta das 09:15 locais (14:15 em Lisboa), quando a carrinha subiu o passeio à frente da biblioteca, referiu Manger.
A polícia evacuou vários edifícios naquela área e enviou atiradores furtivos para a zona próxima do Capitólio e do Supremo Tribunal. Na mesma zona, a Cannon House, onde se localizam gabinetes da Câmara dos Representantes, também foi evacuada pela polícia.
Tanto o Senado como a Câmara de Representantes encontram-se com as sessões legislativas interrompidas para férias, mas há funcionários a trabalhar no complexo do Capitólio.
Em janeiro, um dia antes de milhares de manifestantes pró-Trump terem invadido o Capitólio, foi deixada uma bomba perto da sede nacional do Partido Democrata, não muito distante do Capitólio.
O complexo do Capitólio está sob fortes medidas de segurança desde a invasão em 6 de janeiro deste ano por apoiantes do agora ex-presidente republicano Donald Trump.
Já a 2 de abril, um agente da polícia foi morto, e outro ficou ferido, quando um jovem lançou o seu carro contra um posto de controlo que protege a entrada do Congresso. O suspeito foi morto pelas autoridades no local.
O gradeamento que tinha sido instalado em redor dos terrenos do Capitólio esteve lá durante meses, mas foi retirado este verão.
Um dia antes de milhares de manifestantes pró-Trump invadirem o Capitólio, foram deixadas bombas nas sedes do Comité Nacional Democrata e do Comité Nacional Republicano em Washington. Não foi feita, até agora, qualquer detenção relacionada com a colocação de tais bombas.
O Comité Nacional Republicano, que não fica longe do local onde está hoje estacionada a carrinha, foi também evacuado devido à ameaça.
A área foi vedada por viaturas da polícia e barricadas, e vários carros dos bombeiros e ambulâncias foram colocados nas proximidades. Também responderam à emergência a Polícia Metropolitana do District of Columbia, a polícia federal norte-americana (FBI) e o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.
A Casa Branca indicou estar a acompanhar a situação e a receber atualizações das autoridades policiais.
[Notícia atualizada às 21:04]
Comentários