"Estou a por as bolotas para crescerem as árvores", explica à agência Lusa o pequeno Francisco Conceição, de cinco anos, que frequenta o jardim-de-infância da sede do Agrupamento de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria.
A iniciativa partiu de um empresário de Castelo Branco ligado à silvicultura, que apresentou a ideia à Câmara de Pedrógão Grande e, em conjunto, instalaram um viveiro de plantas junto ao Centro de Interpretação Turística local, sendo que a primeira ação decorreu hoje com 16 crianças.
Rafael Filipe Ferreira, de cinco anos, aproximou-se e lá explicou que anda a "plantar árvores para crescerem" e que depois "os esquilos vão tirar as bolotas para comerem".
"Tive medo do fogo e a minha mãe também. Estás a ver, eu consigo plantar muito rápido", disparou.
Francisco Conceição, o companheiro de plantação de bolotas do Rafael Filipe, voltou ao diálogo: "Estamos a ajudar a floresta, podíamos ser guardas florestais".
Nesta primeira ação desenvolvida em Pedrógão Grande foram colocadas cinco mil árvores em germinação, entre carvalhos e sobreiros, sendo que as sementes usadas foram todas recolhidas no concelho.
"São sementes recolhidas dentro da localidade de Pedrógão Grande, foi a autarquia que as recolheu. Estamos a tentar fazê-las [às crianças] perceber que é importante fazer a floresta do futuro a partir de gestos simples que eles podem perfeitamente fazer. A partir daqui, cabe aos professores darem seguimento a estas ações", adiantou José Gameiro, da Silvapor.
O empresário de Castelo Branco sublinhou, no entanto, que estará sempre por perto para ajudar naquilo que for preciso.
"Não chegamos aqui e atiramos as sementes. Já houve um trabalho preparatório feito pela nossa empresa. Este é o terceiro dia que vimos cá antes da ação concreta da plantação que estamos a fazer hoje", frisou.
Margarida Gonçalves, do Gabinete Técnico Florestal da Câmara de Pedrógão Grande, que esteve a acompanhar toda a ação, adiantou que a ideia foi proposta por José Gameiro e que o município "aceitou na hora".
"Depois da instalação do viveiro, falámos com o Agrupamento de Escolas para incluírem as crianças nesta atividade.", explicou.
Esta responsável sublinhou ainda que as crianças envolvidas nesta ação vão acompanhar todo o processo, desde a sementeira até à plantação das árvores no terreno.
Já José Gameiro disse que o objetivo é transferir todas as plantas para o terreno.
"Vão precisar, entre nove meses a um ano, nestes contentores. São árvores que depois serão instaladas em definitivo no terreno para crescer. Depois disso, a natureza encarrega-se do resto", explicou.
Margarida Gonçalves referiu ainda que na altura de transferir as árvores do viveiro para o terreno, estas serão entregues aos proprietários que as queiram aceitar e irão ainda reflorestar terrenos municipais e das juntas de freguesia do concelho.
Comentários