Em declarações feitas esta segunda-feira aos jornalistas, em Luanda, o secretário adjunto para a Informação do MEA, Hélder Isaac, referiu que os emolumentos cobrados para inscrições na UAN, que se iniciam na quinta-feira a decorrem até 19 de janeiro, são "discriminatórios”.
“O MEA entende que é um valor muito exorbitante e viemos mostrar a nossa insatisfação no sentido de a UAN em conivência com os ministérios do Ensino Superior e Finanças, de reduzirem os preços”, disse.
“Caso essas cobranças se mantiverem vamos à rua. Agendamos essa marcha para o dia 3, que terá como desígnio contestarmos os emolumentos exorbitantes. Devemo-nos centrar no Largo 1.º de Maio, no centro de Luanda, e marchar até ao Ministério das Finanças”, acrescentou.
A Universidade Agostinho Neto, maior de Angola, anunciou hoje que tem disponíveis 5.095 vagas para o ano académico 2019, mais 125 que no ano anterior, e as inscrições, que começam na quinta-feira, requerem o pagamento de 4.000 kwanzas.
Hélder Isaac questiona o destino das verbas das inscrições, afirmando que a marcha de repúdio vai servir também de “alerta para que se evitem exclusões, sobretudo, de jovens estudantes com menos posses”.
Porque, adiantou, “com o salário mínimo do país, uma família com três ou quatro jovens não vai conseguir inscrevê-los na universidade pagando 4.000 kwanzas, para cada. Não se justifica e não podemos consentir isso”.
Segundo este elemento do Movimento dos Estudantes Angolanos, a inquietação foi já formalmente apresentada ao Ministério do Ensino Superior e à reitoria da UAN, que “se mantém e silêncio”.
“Apenas o ministério [do Ensino Superior] respondeu, remetendo o assunto à universidade, e não tivemos qualquer resposta até ao momento por parte da UAN”, explicou.
Reagindo ao anúncio da marcha, o diretor do gabinete de Informação Científica e Documentação da UAN, Arlindo Isabel, considerou a taxa cobrada como “ínfima” face às “constantes desvalorizações” que o kwanza tem sofrido.
O responsável, que questionou a base científica das reclamações do MEA, garantiu que “existem estudos”, a nível da maior universidade pública do país, que “fundamentam” os valores cobrados.
“Há um estudo científico que fundamenta este valor para suportar um processo oneroso e que não está coberto no Orçamento Geral do Estado (OGE)”, apontou.
“Recebemos um despacho da senhora ministra [do Ensino Superior, Maria Sambo,] à carta do Movimento que remete para que sejam recebidos e esclarecidos, e isso será feito”, rematou.
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