"Continuamos a esperar que a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) responda positivamente à nossa abordagem e à nossa oferta de nos reunirmos em qualquer lugar e em qualquer altura sem condições prévias", disse hoje o enviado especial dos EUA para a Coreia do Norte, Sung Kim.
Sung Kim reuniu-se em Seul com o chefe das negociações nucleares sul-coreanas, Noh Kyu-duk, e com o diretor-geral para a Ásia e Oceânia do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, Takehiro Funakoshi, para abordar as últimas declarações do líder norte-coreano, Kim Jong-un, que apelou à preparação da Coreia do Norte "tanto para o diálogo como para o confronto" com Washington.
Esta foi a primeira mensagem em que o líder norte-coreano mostrou a sua vontade de diálogo com os EUA desde a chegada do Presidente norte-americano, Joe Biden, à Casa Branca.
Apesar do diálogo proposto, Sung Kim garantiu que Biden continuará a aplicar as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) "para enfrentar a ameaça que a RPDC representa para a comunidade internacional", e advertiu outros países a fazerem o mesmo.
O diplomata está na capital sul-coreana desde sábado numa visita de cinco dias para coordenar posições com a Coreia do Sul e o Japão em relação a Pyongyang.
Os três países concordaram, na reunião, em continuar a cooperar para alcançar progressos substanciais no sentido de uma desnuclearização completa da península coreana e da aplicação da paz permanente no território, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, em comunicado.
A Coreia do Norte, que se encontra mais isolada do que o habitual devido às medidas restritivas em vigor no país para combater a pandemia de covid-19, não respondeu, pelo menos publicamente, aos pedidos de Washington para retomar as conversações de desnuclearização, desde fevereiro.
Noh Kyu-duk mostrou o interesse em prosseguir negociações entre os países envolvidos para estabelecer relações benéficas entre os quatro países.
Pyongyang e Washington encenaram uma aproximação histórica em 2018, com o então Presidente norte-americano Donald Trump, que foi interrompida no início do ano seguinte devido ao desacordo sobre o processo de desarmamento da Coreia do Norte.
Com o atrito entre os EUA e o país asiático reestabelecido, as relações diplomáticas entre a Coreia do Norte e Coreia do Sul começaram a deteriorar-se, uma vez que os Estados Unidos são o principal parceiro militar de Seul, o que Pyongyang considera uma ameaça.
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