"Estamos dispostos a conversar, mas não até ver uma paragem completa do processo nuclear e de qualquer teste que esteja a ser conduzido", disse a embaixadora Nikki Haley aos jornalistas
O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje uma nova resolução condenando o teste de míssil realizado pelo país no domingo e ameaçando com novas sanções, mas o documento final não concretizava as penas que podem ser impostas.
"É nisso que estamos a trabalhar agora. Sanções estão absolutamente dentro daquilo para que estamos a olhar e vamos ver até onde é que isso nos leva", explicou a embaixadora.
Nenhuma resolução será aprovada no Conselho de Segurança sem o apoio da China, que como membro permanente tem o poder de veto, e é por isso os EUA estão a trabalhar nesse documento com o aliado asiático, que é o maior parceiro comercial da Coreia do Norte.
A embaixadora também admitiu sanções para os países que apoiem a Coreia do Norte.
"Ou apoiam a Coreia do Norte ou apoiam-nos a nós, tudo se resume a isso. Se um país está a fornecer ou apoiar a Coreia do Norte, vamos denunciá-lo. Vamos garantir que todos sabem o que está a fazer e vamos direcionar as sanções [para esse país] também", admitiu.
Na resolução hoje aprovada, o órgão da ONU pede ao país que "de imediato mostre sincero compromisso com a desnuclearização através de ações concretas" e que "não realize mais testes de mísseis nucleares e balísticos."
No ano passado, a ONU aprovou novas sanções para impedir que a Coreia do Norte tenha os fundos necessários para desenvolver o seu programa nuclear.
Estas medidas constituíram a sexta ronda de sanções imposta pela comunidade internacional desde 2006, quando o país asiático realizou testes de mísseis pela primeira vez, e devem agora ser seguidas por novas sanções que estão a ser negociadas pelos EUA e a China.
Na resolução, os 15 membros do Conselho de Segurança "prometem implementar completamente as medidas impostas" e "encorajam fortemente" a que todos os outros países sigam o seu exemplo para que a Coreia do Norte termine com o "comportamento altamente destabilizador."
Já na segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, tinha condenado os testes que a Coreia do Norte continua a realizar.
"Esta ação viola as resoluções do Conselho de Segurança e é uma ameaça à paz e segurança na região", disse Guterres através do seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
Segundo o mesmo responsável, Guterres pede à Coreia do Norte que cumpra com as suas obrigações internacionais "e regresse ao caminho da desnuclearização".
A Coreia do Norte disparou um novo míssil balístico no domingo, que disse ser um novo modelo de "médio e longo alcance".
O disparo do míssil balístico - o segundo no espaço de 15 dias - foi interpretado como um desafio, na sequência da recente eleição do novo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In.
A NATO criticou o lançamento do míssil e apelou a Pyongyang para que incentive o desanuviamento da tensão, em vez de insistir "nas provocações".
O míssil constitui "um incumprimento flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas", o que pressupõe "uma ameaça à paz e à segurança internacional".
A União Europeia considerou o disparo "uma ameaça à paz e segurança internacional", numa escalada da tensão na região.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o agravamento de sanções contra a Coreia do Norte, na sequência deste último disparo.
Também a China e a Rússia já reagiram, mostrando-se "preocupadas com a escalada de tensão" na península coreana.
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