Cerca das 15:20 (hora de Gaza, menos duas horas em Portugal), “os [aviões] C-130 dos EUA lançaram mais de 38 mil refeições, fornecendo assistência humanitária que salva vidas no norte de Gaza, para permitir o acesso dos civis à ajuda crítica”, divulgou o comando norte-americano, na rede social X.
Segundo o Centcom, os lançamentos aéreos humanitários do Departamento de Defesa norte-americano “contribuem para os esforços contínuos dos governos dos EUA e das nações parceiras para aliviar o sofrimento humano”.
“Estes lançamentos aéreos fazem parte de um esforço sustentado e continuamos a planear o seguimento das entregas aéreas”, referiu ainda o mesmo organismo.
A operação conjunta e combinada incluiu aeronaves C-130 da Força Aérea dos EUA e da Jordânia e soldados do Exército dos EUA especializados na entrega aérea de suprimentos de assistência humanitária dos EUA.
De acordo com a ONU, a fome é “quase inevitável” para 2,2 milhões de habitantes de Gaza, a grande maioria da população, e a ajuda humanitária que entra no território palestiniano, sitiado por Israel, é insuficiente para responder às necessidades.
Na segunda-feira, uma porta-voz do Pentágono (Departamento da Defesa norte-americano) disse que entre 30 e 120 camiões por dia estavam a entregar ajuda a Gaza durante a última semana. Antes do atual conflito, que cumpre hoje cinco meses, entravam no enclave cerca de 500 camiões por dia.
“Isto não é claramente suficiente para alimentar a população”, disse Sabrina Singh, acrescentando que os lançamentos aéreos se destinam a complementar, e não a substituir, a ajuda entregue por terra.
A ONU exortou o mundo a “inundar” Gaza com ajuda para salvar as crianças, “que estão a começar a morrer de fome” num território onde o sistema de saúde entrou em colapso.
Os Estados Unidos, o mais firme aliado de Israel, começaram a enviar ajuda no sábado para Gaza, que tem estado sob incessantes bombardeamentos israelitas desde um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023.
O ataque do movimento palestiniano causou a morte de pelo menos 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da agência France-Presse (AFP) baseada em dados oficiais israelitas.
Em represália, Israel prometeu aniquilar o Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e que considera uma organização terrorista, tal como os Estados Unidos e a União Europeia.
Em cinco meses, a guerra na Faixa de Gaza fez mais de 30.700 mortos, na maioria civis, além de pelo menos 72.150 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos que estarão presumivelmente soterrados nos escombros, segundo o mais recente balanço do Ministério Saúde local.
A população do território palestiniano enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, entre a destruição generalizada das habitações, o colapso dos hospitais, o surgimento de epidemias e a escassez de água potável e comida, o que já causou a morte de pelo menos 18 menores por subnutrição.
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