“Acho que é importante que o mundo reconheça que os Estados Unidos têm um balanço fantástico em termos da redução das próprias emissões de gases com efeito de estufa. É algo com o qual nos podemos orgulhar”, declarou o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, em declarações à imprensa no Departamento de Estado.
“Isto foi feito sem o Acordo de Paris”, texto assinado em dezembro de 2015, frisou o chefe da diplomacia norte-americana, um dia depois do Presidente Donald Trump ter anunciado a saída dos Estados Unidos daquele acordo, reconhecido como o primeiro grande compromisso de toda a comunidade internacional na luta contra as alterações climáticas, um dos grandes desafios do século XXI.
Perante este novo cenário, Rex Tillerson assegurou: “Acho que não vamos alterar os esforços para reduzir as emissões no futuro”.
E exortou a comunidade internacional “a manter isso em perspetiva”.
Rex Tillerson, que até dezembro último era presidente do Conselho de Administração do gigante petrolífero ExxonMobil, foi uma das vozes da administração norte-americana que se opôs à saída do país do protocolo climático e um dos ausentes mais notados no anúncio feito na quinta-feira por Trump a partir da Casa Branca.
Os EUA ficaram isolados na cena internacional depois do anúncio da saída.
A União Europeia (UE) e a China reagiram de imediato ao anúncio americano e apresentaram-se como os novos portadores da tocha da diplomacia climática. Vários parceiros dos Estados Unidos fizeram questão de frisar que o Acordo de Paris é irreversível e inegociável.
Trump anunciou na quinta-feira que os Estados Unidos iam abandonar o Acordo de Paris, justificando a decisão com a desvantagem que o acordo climático representa para o país.
Concluído em 12 de dezembro de 2015 na capital francesa, assinado por 195 países e já ratificado por 147, o acordo entrou formalmente em vigor em 04 de novembro de 2016, e visa limitar a subida da temperatura mundial reduzindo as emissões de gases com efeito de estufa.
Portugal ratificou o acordo de Paris em 30 de setembro de 2016, tornando-se o quinto país da União Europeia a fazê-lo e o 61.º do mundo.
O acordo histórico teve como “arquitetos” centrais os Estados Unidos, então sob a presidência de Barack Obama, e a China.
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