Muitos dos casos eram conhecidos na Guatemala, Honduras e El Salvador, mas a inclusão de nomes na lista dos EUA é considerada um estímulo a políticas anticorrupção.
Entre as figuras mais sonantes incluídas na lista está o ex-presidente das Honduras, José Porfirio Lobo Sosa, e a ex-primeira-dama Rosa Elena Bonilla de Lobo.
Segundo o relatório do Departamento de Estado, Lobo Sosa aceitou subornos de um cartel de droga e a sua esposa esteve envolvida em fraude e apropriação ilegítima de fundos.
Ambos negam as acusações e a condenação de Bonilla por estas acusações foi invalidada pelo Tribunal Supremo no ano passado, aguardando-se novo julgamento.
Tão significativa como a inclusão de Lobo Sosa é a omissão do atual presidente das Honduras, Juan Orlando Hernández, refere a agência Associated Press (AP).
Procuradores do Estado de Nova Iorque sinalizaram que Hernández financiou a sua ascensão política com subornos a traficantes de droga, embora nunca tenha sido formalmente acusado.
O seu irmão, o ex-congressista Juan Antonio Hernández, foi condenado em março, em Nova Iorque, a prisão perpétua por tráfico de droga.
A divulgação destes nomes acontece num momento em que o Governo liderado por Joe Biden dá uma nova atenção à corrupção endémica naquela região, sendo apontada como um dos fatores para que os centro-americanos migrem para os Estados Unidos.
Em El Salvador, ex-funcionários do Estado, um juiz e a chefe de gabinete do presidente Nayib Bukele foram incluídos na lista.
A chefe de gabinete Carolina Recinos tem-se mantido discreta desde que em maio o seu nome apareceu numa lista, mais curta, do Departamento de Estado, embora funcionários do Governo relatem que se manteve ativa.
Segundo a lista divulgada hoje, Carolina Recinos esteve envolvida “em corrupção significativa ao usar indevidamente fundos públicos para benefício pessoal” e participou num esquema de lavagem de dinheiro.
Na Guatemala, o ex-presidente Alvaro Colum Caballeros foi acusado de envolvimento em fraude e peculato no caso de um novo sistema de transportes públicos na Cidade da Guatemala.
O atual juiz do Tribunal Supremo, Manuel Duarte Barrera, terá “abusado da sua autoridade para influenciar e manipular a nomeação de juízes para altos cargos”, tal como outro juiz da mesma instituição, Nester Vásquez.
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