“Ao celebrarem hoje [o dia da Festa Nacional], saibam que os Estados Unidos valorizam a nossa parceria duradoura e apoiam uma Espanha forte e unida”, afirmou Rex Tillerson em comunicado, numa referência à questão independentista na Catalunha.

O chefe da diplomacia norte-americana insistiu que “os Estados Unidos e Espanha são grandes amigos e aliados próximos”, e recordou a visita do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, à Casa Branca, onde se reuniu com o Presidente norte-americano, Donald Trump, há duas semanas.

“Como afirmou o Presidente [Trump] durante o seu encontro de 26 de setembro com o Rajoy, a profunda relação entre os nossos povos é uma base sólida para uma cooperação duradoura”, sublinhou Tillerson.

“Os nossos laços, a cultura e o comércio remontam há muitos séculos e continuam a aprofundar-se. Somos aliados e parceiros nos esforços para travar o terrorismo, melhorar a segurança global, apoiar a prosperidade económica e para garantir que as pessoas de todo o mundo possam viver em liberdade e em paz”, frisou.

Espanha celebra hoje, 12 de outubro, o Dia da Festa Nacional, mas este ano em plena crise pelo desafio da Catalunha, cujo desenlace ainda se encontra em suspenso.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco dias ao presidente regional catalão, Carles Puigdemont, para clarificar se declarou ou não a independência na região.

Segundo fonte governamental citada pela agência France Presse, Puigdemont tem até segunda-feira para dizer se, no seu discurso de terça-feira no parlamento regional catalão, fez uma declaração de independência ou não.

Caso Puigdemont confirme que declarou a independência da Catalunha, Madrid dar-lhe-á um prazo suplementar — até ao próximo dia 19 — para fazer marcha atrás, antes de recorrer ao artigo 155.º da Constituição, que permite ao governo espanhol suspender a autonomia da região.

Rajoy advertiu, na quarta-feira, no Congresso dos Deputados (parlamento nacional espanhol), Puigdemont de que não há mediação possível entre a lei democrática e a desobediência, sublinhando que está nas mãos do líder independentista o restabelecimento “da normalidade institucional”.

O artigo 155.º da Constituição espanhola, nunca usado desde que o texto fundamental foi escrito e aprovado em 1978, permite a suspensão de uma autonomia e dá ao Governo central poderes para adotar “as medidas necessárias” para repor a legalidade.

No seu discurso de terça-feira, Puigdemont disse que assumia o mandato dado pelo povo catalão [na sequência do referendo de 01 de outubro, considerado ilegal pela justiça espanhola] para que a Catalunha seja um “Estado independente”, mas propôs ao Parlamento suspender os efeitos de uma declaração de independência – que nunca referiu explicitamente – por “algumas semanas” para facilitar um diálogo com Madrid.