Embora a estrutura construída pelos militares norte-americanos tenha ajudado alimentos e outros bens desesperadamente necessários a chegar à Faixa de Gaza, a maior parte dessa ajuda ainda está no pátio de armazenagem adjacente, devido à dificuldade que as agências humanitárias têm tido em transportá-la para áreas daquele território palestiniano onde ela é mais urgente, e esse espaço de armazenamento está quase cheio.
A doca foi fundamental para fazer entrar em Gaza mais de 6,8 milhões de quilos de alimentos, mas tem enfrentado vários contratempos.
O mar agitado danificou a doca, apenas alguns dias após o início das suas operações, mas o maior desafio tem sido o facto de as colunas humanitárias terem deixado de transportar a ajuda da área de armazenamento da doca para Gaza, para a fazer chegar às mãos dos civis, porque têm sido alvo de ataques.
Os responsáveis norte-americanos foram citados pela agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) a coberto do anonimato por estarem a falar sobre movimentações militares.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o movimento islamita palestiniano Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 120 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 266.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 37.765 mortos e 86.429 feridos, além de cerca de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de oito meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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