Em entrevista à Lusa, no balanço da visita ao Brasil, que se iniciou no domingo, de membros da Comissão dos Assuntos Externos (AFET) do Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes defendeu que o “mundo precisa cada vez mais de moderados porque eles começam a encolher” e que a “extrema-direita e extrema-esquerda, aumentando, dificultam consensos”
“No Parlamento Europeu, [em] mais de 90% das votações a extrema-direita e extrema-esquerda votam no mesmo sentido”, disse.
Na semana passada, a Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, apelou na Assembleia da República à participação dos jovens contra o extremismo, defendendo ainda os direitos dos migrantes e a legislação europeia que regula a Inteligência Artificial.
"Estou aqui para apelar às pessoas, aos jovens em particular, para que não cedam ao conforto do cinismo fácil, para que não aceitem uma retirada tranquila para os extremos e para as franjas políticas", disse Metsola perante os deputados portugueses, a um ano das eleições europeias.
José Manuel Fernandes, eurodeputado do Partido Social Democrata (PSD) que integra o Grupo do Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos), ao recordar as palavras de Roberta Metsola, disse ainda que há um grande trabalho que tem de ser feito em Portugal.
“Portugal é dos países onde há uma grande percentagem de cidadãos a reconhecer os benefícios da União Europeia e que menos votam”, disse.
“Os jovens são ainda dos que mais gostam da União Europeia e votam menos ainda”, acrescentou. Para o eurodeputado é necessário combater as causas do crescimento dos extremos, como o aumento das desigualdades, a “frustração e falta de esperança. Há gerações que olham para os pais e sentem que vão ter menos sucesso que eles”, sublinhou.
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