A escolha da visita à USF de Cruz de Celas, em Coimbra – “um exemplo de excelência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) onde, aliás, Marisa Matias já foi utente – não foi ao acaso, aproveitando para voltar o discurso para um dos pontos de maior tensão entre socialistas e bloquistas: a Lei de Bases da Saúde.
“Estamos a tempo de o PS deixar o recuo e voltar-se para aquilo que têm sido as reivindicações de muitos dos militantes socialistas. Estamos ainda a tempo. Ainda há negociações a decorrer”, disse a eurodeputada bloquista aos jornalistas, no final da visita.
Assumindo “alguma preocupação” uma vez que o PS já recuou em relação ao acordo que tinha feito com o BE para o fim das parcerias público-privadas na saúde, Marisa Matias lembra que “a origem do SNS não permite promiscuidades desta natureza”.
“O PS evoca muitas vezes António Arnaut e aquilo que era a base da proposta de Arnaut era a proposta de um serviço universal, acessível a todos e a todas e sem a promiscuidade com o setor privado”, lembrou.
Para a primeira candidata do BE ao Parlamento Europeu, este “é o momento de percebermos que há muita gente que quer defender o SNS”.
“Há os profissionais, há forças políticas como o BE, desde logo, e há também muita gente dentro do PS que quer fazer valer esse legado e aquele que é o projeto de António Arnaut e de João Semedo, dois grandes homens na defesa do SNS”, apelou.
Com todas estas forças que Marisa Matias identifica na defesa do SNS, ainda há “tempo de poder ter uma Lei de Bases de Saúde que faça justiça àquilo que foi a sua base original”.
“Ainda não perdemos [a batalha]. Queremos perceber qual será o posicionamento do PS e como disse é um momento que me deixa com alguma preocupação porque o PS recuou, mas também é o momento em que várias personalidades e várias pessoas e militantes do PS apelam ao PS para que volte à ideia original e que defenda aquele que é o projeto que é invocado pelo próprio PS de António Arnaut e que foi complementado – e bem – com o livro de Arnaut e João Semedo”, insistiu.
O BE promete assim que não vai baixar os braços na defesa do SNS, lembrando a eurodeputada que se tem assistido, nos últimos anos, “por imposições da União Europeia, à destruição de alguns do SNS que estavam mais bem classificados a nível mundial”.
Nesta visita, juntaram-se a Marisa Matias o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, e os deputados José Manuel Pureza e Moisés Ferreira.
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