“Em 2014, com apenas dois meses de existência, o Livre teve a melhor estreia de qualquer partido em eleições europeias de sempre em Portugal, com zero cobertura televisiva e um único cartaz no país, obtendo 72 mil votos. Contamos superar essa marca, contamos superar a marca dos 100 mil votos, para poder eleger”, afirmou Rui Tavares em declarações à agência Lusa, à margem de uma iniciativa na zona da Foz, no Porto.
Segundo referiu, “a participação [do Livre] no único debate televisivo a que teve acesso até agora foi estrondosa”, com “muita gente nas redes sociais a partilhar vídeos” e “muitos comentadores independentes e neutrais a dizerem que o Livre, nitidamente, provou ser o partido mais bem preparado, com o programa mais detalhado e concreto para a União Europeia”.
“Cresceu uma onda de entusiasmo a partir da última terça-feira e há muita gente que vê o Livre como um fator positivo na política portuguesa e um fator de honestidade intelectual e de sinceridade política, que diz aquilo em que acredita e que defenderá aquilo que pode implementar”, sustentou.
De acordo com Rui Tavares, “a existência entre 21 deputados [portugueses em Bruxelas] de um deputado do Livre, em vez de mais um escolhido pelas máquinas partidárias, significa levar ideias concretas de transformação da União Europeia [UE] ao Parlamento Europeu e de construção daquilo que tem de ser a maior democracia transnacional do mundo”.
O objetivo é permitir à UE “falar cara a cara com os Trumps, com os Putins e com os Xi Jinpings” e levar para frente medidas como a implementação de um novo pacto verde, com vista ao “relançamento da economia europeia para combater as alterações climáticas, fazer a transição energética e investir nos empregos da economia verde”.
Para o cabeça de lista do Livre, “na política portuguesa e na agenda mediática dos partidos dominantes existe demasiado pensamento de curto prazo, demasiada retórica a pensar só na cobertura televisiva e nas perceções e demasiado pouca estratégia e visão de futuro e de longo prazo”.
Assegurando que é essa “visão de futuro” que “muita gente sente que o Livre traz a estas eleições e ao próprio debate público”, Rui Tavares diz acreditar que “2019 será o ano da viabilização do Livre, através da eleição de representantes ao Parlamento Europeu e à Assembleia da República”.
Como exemplo mais recente da “farsa de enganos em que a política portuguesa está muitas vezes embrulhada”, o candidato apontou a questão da reposição do tempo de serviço dos professores, em que alguns “partidos propõem coisas que na verdade não querem implementar e outros dizem querer implementar, mas não orçamentam o dinheiro para o fazer, chegando à votação contando que os outros vão chumbar aquilo que eles propõem”.
“Depois, a certa altura, essa comédia de enganos desfaz-se, o CDS e o PSD lembram-se de novo que são austeritários, o PCP e o Bloco lembram-se de novo que são antieuropeus e dizem que não votariam na reposição do tempo dos professores em condições de sustentabilidade orçamental, porque para eles a sustentabilidade orçamental é uma ideia inventada por Bruxelas e não uma coisa que interesse a Portugal”, disse.
Quanto ao Governo, considerou Rui Tavares, entrou neste tema também “numa contradição em relação ao seu discurso habitual quanto à retoma económica, que é a reposição de rendimentos que, pelos vistos, só não serve quando são as carreiras especiais da função pública”.
Antes da iniciativa desta manhã na Foz, o cabeça de lista do Livre esteve, no sábado, num encontro com jovens universitários no Porto, durante o qual foi defendida a abolição dos estágios não remunerados na União Europeia.
“É algo que é difícil de fazer à escala nacional, mas que se torna realista à escala europeia e acabaria com um grande fator de injustiça no acesso dos jovens ao mercado de trabalho. Porque aqueles que vêm de famílias com bons rendimentos podem fazer os bons estágios que dão acesso aos bons empregos e os que não têm essas possibilidades têm muitas vezes de adiar os seus sonhos ou projetos”, considerou.
Na sua opinião, “isto permitiria rejuvenescer o mercado de trabalho na Europa e dar justiça no acesso a esse mercado por parte dos jovens europeus, permitindo por a funcionar o elevador social que é preciso que funcione na Europa, nomeadamente em Portugal”.
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