“Espanhóis por todo o lado, é normal aqui”, comentou Rangel, no início da iniciativa de rua junto à Câmara Municipal de Valença, na fronteira com Espanha, elegendo o combate à abstenção como uma prioridade nas europeias de 26 de maio.
“É preciso combater a abstenção e depois votar com atenção”, disse Rangel, que meteu conversa com comerciantes, turistas e até com eleitores que não votam em Portugal.
A um grupo de turistas franceses, Rangel perguntou se estavam de passagem e perante a confirmação, respondeu “très bien” [muito bem], acrescentando ainda em francês que ficaria “muito contente se fossem votar” nas europeias.
Mais à frente, junto a uma igreja da qual saíam algumas pessoas, a comitiva laranja hesitou mas alguém disse, “vamos lá, campanha à moda antiga, à saída da missa”.
Afinal não havia missa e o grupo, com cidadãos portugueses e espanhóis, estava em passeio para uma concentração dos conhecidos automóveis “carochas” no âmbito do “Encontro Ibérico Tui-Valença”.
“Muy bien, escarabajos”, riu Rangel, desejando “buenos dias”.
A poucos quilómetros da fronteira com Espanha, as lojas do centro histórico, muitas de atoalhados e linhos, têm mais fregueses espanhóis do que portugueses, confessou uma lojista muito jovem que ia votar pela primeira vez.
"Tome uma caneta para votar nas eleições europeias, já só faltam oito dias”, apelou Rangel.
Em declarações aos jornalistas, no final da iniciativa, Paulo Rangel frisou que “o aspeto mais importante das eleições europeias é a abstenção, uma questão democrática que está antes dos próprios partidos”.
“Claro que queremos motivar as pessoas a votar no PSD mas é muito importante que os portugueses se mobilizem para votar nas europeias”, acentuou.
Questionado sobre a participação do ex-líder do PSD Pedro Passos Coelho na campanha, prevista para segunda-feira, e da ex-ministra Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel disse que tem “o maior gosto” na presença de “rostos importantes do PSD”.
No sábado, o dirigente socialista Miguel Alves afirmou que a participação do ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho na campanha do PSD é o indício sobre a vontade de regresso ao poder da corrente dos "cortes".
De Valença, a caravana de Rangel seguiu para Viana do Castelo, onde algumas centenas de pessoas formaram, nas escadarias do Santuário de Santa Luzia, um coração com as cores da União Europeia, graças aos chapéus azuis e amarelos.
De chapéu azul, o candidato estava na primeira fila, atrás de duas crianças a tocar acordeão, e ia acompanhando a música com palmas.
“Agradeço terem feito este esforço enorme para darmos esta imagem positiva da Europa. O coração é não apenas o símbolo dos afetos, mas também o símbolo do Partido Popular Europeu, a nossa família política na União Europeia. É muito positivo que tenhamos conseguido fazer esta coreografia, aqui em Viana – com o coração que é também o símbolo de Viana”, enalteceu o candidato, numas breves palavras dirigidas aos participantes na iniciativa.
“É caso para dizer que Viana está no coração da Europa”, acrescentou.
Em seguida, convidou todos para “um lanche de domingo, a que se chamaria um ‘brunch’ lá na União Europeia”.
“Um piquenique à portuguesa, como nós dizemos”, acabou por ‘traduzir’.
Rangel acusa Costa de estar "obcecado" e rejeita críticas com "pressupostos falsos"
“O que eu vejo é que António Costa está muito nervoso e obcecado não só com o PSD mas com o cabeça de lista do PSD. Eu gosto de debater com o primeiro-ministro mas tem é de ser com base em pressupostos verdadeiros e não com base em pressupostos falsos”, declarou Paulo Rangel, à margem de uma ação de rua em Valença, Viana do Castelo.
O secretário-geral do PS, António Costa, acusou sábado à noite o cabeça de lista europeu do PSD de ter pedido à Comissão para “pôr Portugal na ordem”, tentando impedir a mudança política iniciada no final de 2015.
Instado a responder a esta acusação de António Costa, Paulo Rangel lamentou o que classificou como “uma campanha em tom pouco sereno e na linha do ataque pessoal” contra o PSD, contrapondo que os sociais-democratas estão “muito tranquilos com o ritmo da campanha”.
Paulo Rangel disse que o PSD vai continuar até ao final da campanha a “denunciar as políticas erradas do PS” de “cortes e cativações” em áreas como a saúde, a segurança de pessoas e bens e a segurança rodoviária para “chegar às metas europeias”.
“Não precisamos de vir com coisas infantis, como a linguagem 'bla bla bla' do manifesto do PS que é a coisa mais utópica e romântica que promete tudo a todos” e que consiste “numa miragem”, criticou.
Para o cabeça de lista do PSD ao parlamento europeu, “o PS e António Costa em particular está preocupado com a dinâmica europeia”, reforçando que “se estivesse tranquilo não precisava de fazer esse tipo de ataques com base em pressupostos que não são verdadeiros”.
António Costa acusou no sábado o cabeça de lista europeu do PSD de ter pedido à Comissão para “pôr Portugal na ordem”, tentando impedir a mudança política iniciada no final de 2015.
“Temos dito muitas vezes que o candidato do PSD e do CDS a presidente da Comissão Europeia [Manfred Weber] tentou aplicar sanções com a força máxima contra Portugal, mas não foi só ele que quis impedir a mudança. Convém não esquecer que o cabeça de lista do PSD, num debate, no Parlamento Europeu, com a nossa deputada Elisa Ferreira, pediu à Comissão que viesse a Portugal impedir a mudança”, referiu António Costa, numa intervenção em Guimarães.
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