Num jantar-comício em Penafiel, Rui Rio voltou a referir-se à crise política da semana passada, dizendo ser tempo de voltar à campanha que “o primeiro-ministro quis evitar com um golpe de teatro”, ameaçando demitir-se caso o parlamento aprovasse a reposição integral do tempo de serviço dos professores.
“O PSD é uma ponte para a moderação e democracia enquanto o PS pode combater o extremismo de direita, mas não combate o extremismo de esquerda. O PS é uma ponte para o extremismo de esquerda”, acusou.
Rio lamentou que António Costa tenha dito, na recente crise dos professores, que “não fica admirado com a irresponsabilidade financeira do PS e do BE”.
“Mas então os parceiros que ele escolheu são alguém em quem ele não tem confiança em termos de responsabilidade financeira? Podia ter dito no princípio de legislatura”, criticou.
Numa intervenção com algumas interrupções devido a problemas de voz – foi socorrido com um copo de água -, o líder social-democrata frisou que o PSD “não tem medo de mostrar” o seu cabeça de lista às europeias.
“Ao contrário do PS que procura esconder o seu candidato, procuramos fazer o contrário, mostrar toda a nossa lista”, afirmou, num jantar que a organização estima ter juntado mais de 2.000 pessoas.
Foi Rio - e não Rangel - quem apontou algumas prioridades do manifesto do PSD às eleições europeias, mas o presidente do PSD fez também questão de aceitar o repto do primeiro-ministro para nacionalizar as eleições.
“O senhor primeiro-ministro pediu aos portugueses que, nesta eleição, fizessem uma avaliação daquilo que é a política do Governo. Pois bem, têm os portugueses a oportunidade de olhar para a política do Governo e dizerem-me se querem assim ou se querem diferente ou se querem melhor”, desafiou.
Como exemplos da governação socialista, Rui Rio apontou o aumento das listas de espera na saúde ou a redução dos profissionais desta área das 40 para as 35 horas de trabalho semanal “quando não havia condições para fazê-lo”.
“Quando enchem a boca com a Constituição da República e com a Lei de Bases da Saúde, não estão a cumprir a Constituição”, acusou, dizendo que se 2,7 milhões de portugueses têm seguro de saúde privado é porque o setor público não tem cumprido a sua função.
Os atrasos na concessão das reformas, a “injustiça territorial” da medida dos passes sociais ou a colocação de “familiares e amigos” no aparelho do Estado foram outros exemplos do que Rio considera ser a governação do PS.
“O PS segue esta máxima: primeiro a família, depois o PS e só depois Portugal”, acusou.
Outra razão para votar no PSD, defendeu, seria a diferença da sua lista europeia, reiterando que esta “não é uma prateleira dourada de antigos governantes do PS, do governo do engenheiro Sócrates e do governo do doutor António Costa”.
“De hoje a 15 dias, os portugueses vão olhar aos argumentos que passam pelas nossas propostas europeias, pela fraca governação do PS, que passam pela falta de sentido de responsabilidade do primeiro-ministro e pela qualidade da nossa lista”, resumiu, reafirmando a ambição do PSD de vencer as europeias de 26 de maio.
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