“Foi feito algum progresso técnico nas últimas 24 horas (na reunião de Viena), mas há muito pouco espaço para estas negociações”, disseram a uma só voz diplomatas da França, Alemanha e Reino Unido (E3), após as conversações com negociadores do Irão, China e Rússia.
O chefe da delegação iraniana, Ali Bagheri, lamentou que tivesse existido “uma dececionante interrupção” nas negociações, por motivo indeterminado, mas os diplomatas europeus dizem estar “disponíveis para continuar as conversas” e pedem que as reuniões sejam “retomadas rapidamente”, preferencialmente já no início do próximo ano.
O coordenador da União Europeia nas negociações, Enrique Mora, disse esperar que as negociações sejam retomadas nas próximas semanas, depois de uma primeira ronda, interrompida em junho, e perante os avanços conseguidos nesta segunda ronda, que se iniciou no final de novembro.
As delegações procuram salvar o acordo nuclear de 2015 com o Irão, depois de os Estados Unidos terem abandonado o pacto unilateralmente em 2018, acusando Teerão de não cumprir os seus compromissos, e restabelecido as sanções contra a República Islâmica.
Os Estados Unidos participam nas negociações indiretamente.
“Finalmente, chegámos a um acordo sobre o ponto de partida das discussões”, confirmou uma fonte da E3, que há alguns dias acusou o Governo iraniano de apresentar propostas muito “radicais”, ao exigir que os Estados Unidos levantassem as sanções contra Teerão.
Ainda assim, os negociadores europeus denunciam a falta de cooperação das autoridades iranianas, em particular pelos obstáculos que têm sido colocados à Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) na sua tarefa de monitorizar o programa nuclear do Irão.
Com o pacto de 2015, Teerão aceitou limitações rígidas ao seu programa nuclear em troca do levantamento de sanções internacionais.
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