“Despenalizar a morte medicamente assistida é defender um direito humano fundamental que está por cumprir, é reconhecer a última liberdade individual e poder ser ajudado no momento mais difícil da sua vida”, afirmou André Silva na abertura do debate dos projetos de lei do PAN, BE, PS e PEV sobre a despenalização da morte medicamente assistida.
O deputado do PAN, primeiro partido a apresentar o seu projeto, ainda em 2017, defendeu que “num Estado de Direito” ao cidadão deve ser permitido poder decidir a vida às “próprias convicções”, tanto nos aspetos “mais banais” como “as mais íntimas da existência humana”.
“Uma vida que se vive por inteiro, inclui por inteiro o seu fim. Impedir ter uma palavra sobre como não se quer que a vida termine é uma restrição do direito pleno à vida”, afirmou.
Para o deputado único do PAN, não há inconstitucionalidade nos projetos, dado que, além do artigo 24.º, da inviolabilidade da vida, há também a ter em conta o “livre desenvolvimento da personalidade enquanto direito a fazer-se o plano de vida que se deseja”.
“O que ao final da tarde iremos decidir é se queremos que um ato de pura bondade continue, ou não, a ser um crime punível com pena de prisão”, afirmou.
André Silva foi questionado pela deputada e vice-presidente da bancada do PSD Rubina Berardo sobre o motivo de ter colocado no seu manifesto eleitoral das legislativas de 2015 não a ideia de que ia propor legislação, mas sim "criar fóruns de discussão, abrir o debate sobre a eutanásia em Portugal".
"Ponha a mão no seu coração e responda: a sociedade está verdadeiramente esclarecida sobre o que vamos votar?", questionou, o retomando o argumento de que o parlamento não tem legitimidade dado que o tema não foi sufragado nas legislativas.
Já Pedro Bacelar Vasconcelos, deputado do PS, partido que também tem um projeto hoje em discussão, fez a defesa dos diplomas, afirmando que ninguém quer impor soluções.
"Não queremos que o Estado se substitua à consciência de ninguém", afirmou o deputado socialista.
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