O chumbo da proposta de referendo deu-se com os votos contra PS, BE, PCP, PEV e PAN, assim como de nove deputados do PSD e das duas deputadas não inscritas no parlamento, Cristina Rodrigues e Joacine Katar Moreira.

A favor votou a restante bancada do PSD, assim como os deputados do CDS e o deputado único da Iniciativa Liberal. O deputado do Chega, André Ventura, não esteve presente.

Constitucionalmente, cabe à Assembleia da República votar e decidir a proposta de referendo, por iniciativa de deputados, grupos parlamentares, do Governo ou de grupos de cidadãos eleitores.

Não houve abstenções.

Esta proposta de referendo resultou de uma iniciativa popular, iniciativa da Federação Portuguesa pela Vida, entregue em junho na Assembleia da República.

O debate desta resolução aconteceu na quinta-feira, já antecipando este resultado, dividindo-se entre a legitimidade (ou falta dela) para os deputados decidirem numa matéria que, por exemplo, não estava no programa eleitoral do partido que ganhou as legislativas, o PS, e a defesa de dar a palavra "ao país e aos portugueses", e as críticas à pergunta proposta.

Em fevereiro, foram aprovados cinco projetos de lei para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal, do Bloco de Esquerda, partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Socialista (PS), Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) e da Iniciativa Liberal (IL).

Tendo o referendo sido "chumbado", prossegue e conclui-se agora processo parlamentar da lei de despenalização da eutanásia, a partir destes cinco projetos. Para se tornarem uma lei, estes projetos necessitam de ser votados na especialidade e votação final global e depois promulgados pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

À direita, o CDS e o Chega são contra a lei e, à esquerda, o PCP também. No PSD há divisões e no PS, maioritariamente a favor, também.

Os diplomas preveem, nomeadamente, que só possam pedir a morte medicamente assistida, através de um médico, pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável.