Yáñez "ligou para o [juiz] doutor Julián Ercolini e disse 'quero fazer uma denúncia criminal, quero denunciá-lo pelos delitos das agressões que me causou e pelas ameaças que tenho vindo a sofrer'", disse o advogado da suposta vítima, Juan Pablo Fioribello, ao canal La Nación +.

A denúncia foi feita na jurisdição onde Julián Ercolini atua e, segundo os media locais, o magistrado proibiu o ex-presidente de deixar o país e também ordenou "medidas de restrição e proteção" contra ele.

A denúncia surgiu a partir da revelação para a imprensa de mensagens entre Yáñez e a secretária particular de Fernández, María Cantero, nas quais a ex-primeira-dama terá relatado agressões sofridas às mãos do então presidente, inclusive com fotografias.

Fernández afirmou em comunicado em sua conta na rede social X que "a verdade dos factos é outra" e que "é falso e jamais ocorreu" o que lhe é imputado.

O ex-governante também disse que, pela "integridade" dos seus filhos, da sua pessoa e "da própria Fabiola", não fará declarações mediáticas e apenas fornecerá "provas e depoimentos que deixarão em evidência o que realmente aconteceu".

Segundo Fioribello, as mensagens foram descobertas no contexto de outro caso que também está sendo conduzido por Ercolini, que investiga supostos atos de corrupção cometidos durante a gestão de Fernández, no qual o telemóvel de Cantero, do qual teriam saído as mensagens, foi alvo de perícias.

Ercolini investiga um possível caso de tráfico de influência a favor de um produtor de seguros próximo a Fernández, Héctor Martínez Sosa. No âmbito desta investigação, o juiz terá descoberto mensagens e fotos que comprovavam as agressões e, por isso, convocou uma audiência em julho para notificar Yáñez a este respeito, mas ela decidiu não apresentar denúncia na ocasião.

Fioribello, que também é advogado de Alberto Fernández noutros casos, disse ter-se reunido com o ex-presidente e que ele nunca agrediu nem a Yáñez, nem a nenhuma outra mulher, embora tenha admitido que houve discussões intensas.

Yáñez, de 43 anos, e Fernández, com 65, foram casados durante todo o mandato deste último e tiveram um filho em 2022 chamado Francisco, mas estão atualmente separados. Yáñez vive em Madrid com o filho, enquanto Fernández mora em Buenos Aires.

Durante o governo Fernández, Yáñez foi titular da Fundação Banco Nación e não teve um papel de protagonismo nos media, dos quais fez parte antes de se tornar primeira-dama, quando atuou como jornalista em diversos programas de televisão.

Esta não é a primeira polémica protagonizada pelo ex-casal presidencial, que também se viu envolvido no escândalo da "foto de olivos", na qual Fernández e Yáñez foram vistos com várias pessoas em uma comemoração de aniversário enquanto as reuniões estavam proibidas devido à pandemia de covid-19.