O Tribunal de Recurso de Paris rejeitou na terça-feira os últimos recursos de Sarkozy, do seu advogado Thierry Herzog e do antigo magistrado Gilbert Azibert para evitar o julgamento por “corrupção e tráfico de influências”.
O julgamento deve realizar-se em Paris nos próximos meses.
O processo tem a sua origem em escutas ao telefone de Sarkozy, executadas por ordem judicial para esclarecer suspeitas de que teria recebido dinheiro do líder líbio Muammar Kadhafi (1960-2011) para financiar a campanha eleitoral de 2007.
As escutas revelaram também conversas entre o ex-presidente e o seu advogado sobre a necessidade de obter, através do juiz Azibert, informação sobre o processo sumário, em que acabou por se ilibado, que investigava o alegado financiamento ilegal da campanha de 2012 pela herdeira do império de cosmética L’Óréal, Liliane Bettencourt.
Em troca das informações, Sarkozy prometeu ao juiz interceder para que viesse a ocupar a um importante cargo judicial no Mónaco.
O Supremo Tribunal validou a quase totalidade das escutas, sobre as quais assentam as acusações, abrindo caminho à realização do julgamento.
Sarkozy será o primeiro ex-presidente francês a ser julgado por corrupção.
Nicolas Sarkozy perdeu as eleições de 2012 para o socialista François Hollande e retirou-se da política em 2016, depois de ser derrotado nas primárias do seu partido, Les Républicains, para a candidatura à presidência.
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