Depois de ter perdido o poder esta primavera devido a uma moção de censura, Khan tem vindo a liderar uma "longa marcha" até à capital Islamabad desde sexta-feira para convocar eleições antecipadas.
Khan, um ex-campeão de críquete, foi ferido num tiroteio perto da cidade de Gujranwala. "Ele foi ferido no pé, mas está em condição estável", disse à AFP o assessor de Khan, Raoof Hasan. "Esta foi uma tentativa de matá-lo, de assassiná-lo", acrescentou.
O suspeito do ataque foi morto e um segundo homem foi detido pela polícia, acrescentou o assessor. No entanto, um vídeo publicado nas redes sociais mostra Khan já no hospital em Lahore com um curativo no gémeo direito, indicando que os ferimentos poderão ter sido mais graves que os mencionados pelo assessor.
Através de um tweet, o presidente paquistanês Arif Alvi denunciou uma "tentativa de assassinato odiosa". "Agradeço a Alá que ele esteja seguro agora, mas ferido por vários tiros na perna, e esperamos que não seja grave", acrescentou.
O Paquistão sofre há décadas com movimentos islâmicos violentos que questionam a influência do poder central e os assassinatos de políticos têm marcado a história deste país.
Em 2007, Benazir Bhutto, a primeira mulher moderna a liderar um país muçulmano, foi assassinada num ataque cujos responsáveis nunca foram identificados.
Todos os dias, desde o início desta marcha, Khan, de 70 anos, tem subido ao topo de um contentor colocado num camião para se dirigir aos apoiantes que chegam das cidades por onde passa.
Apesar da moção de desconfiança, Khan tem mantido amplo apoio entre a população. Desde abril, ao deixar a chefia do governo, tem organizado comícios por todo o país, perante milhares de simpatizantes, para pressionar a frágil coligação no poder.
Khan continua a repetir que a sua queda foi resultado de uma "conspiração" armada pelos Estados Unidos, criticando duramente o governo do seu sucessor, Shehbaz Sharif.
Imran Khan chegou ao poder em 2018, após a vitória nas eleições legislativas do PTI, plataforma populista que mistura promessas de reformas sociais, conservadorismo religioso e combate à corrupção. Mas sob o seu mandato, a situação económica deteriorou-se e ele perdeu o apoio do Exército, acusado de contribuir para a sua eleição.
Nos últimos meses, Khan declarou várias vezes que está disposto a morrer pelo seu país. A sua comitiva, de resto, já tinha relatado ameaças contra ele.
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