“O avanço total das nossas tropas efetuou-se em quatro quilómetros ao longo da frente e até dois quilómetros em profundidade”, declarou o Ministério da Defesa em comunicado.
No decurso destas “operações de contra-ataque bem-sucedidas”, o Exército russo passou a controlar a localidade de Serguiivka, segundo o comunicado.
A Rússia desencadeou recentemente um novo assalto nesta zona da frente que se estende até ao nordeste da Ucrânia, algumas semanas após o início da contraofensiva ucraniana sobretudo concentrada no sul.
Há duas semanas, os russos tinham assegurado uma progressão de 1,5 quilómetros em direção a Lyman.
O Exército ucraniano tem-se referido desde o início de julho a ataques russos em redor de Lyman, uma localidade situada 50 quilómetros a nordeste de Kramatorsk, a principal cidade da região do Donbass (leste) sob controlo ucraniano.
Previamente, o Governo de Kiev tinha garantido que a sua contraofensiva militar permitiu conquistar Staromaiorkse e que está a consolidar posições recuperadas e a pressionar os russos a abandonar posições perto da cidade de Bakhmut (leste da Ucrânia).
O anúncio foi feito em conferência de imprensa pelo porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, Andri Kovalov.
Kovalov reivindicou que as forças ucranianas estão a conseguir estabelecer-se nos territórios libertados nas últimas semanas, incluindo em Staromaiorkse, localidade situada no sudoeste da região de Donetsk, de onde a Ucrânia pretende empurrar as forças russas para o ocupado porto de Berdyansk, no Mar de Azov.
O porta-voz militar de Kiev explicou que as tropas russas “continuam a apresentar uma forte resistência” e que está a mobilizar mais unidades e reservistas para conter a ofensiva ucraniana naquela zona da frente.
Enquanto estavam na área de Bakhmut, as tropas ucranianas forçaram os soldados russos a abandonar as suas posições perto de Andrivka, ao sul da cidade de Bakhmut, em Donetsk, ocupada pelos russos, informou Kovalov.
O porta-voz militar assegurou ainda que as forças russas não conseguem avançar nas áreas onde continuam a atacar a leste e a sul da frente.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão, justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para Kiev e com a imposição a Moscovo de sanções políticas e económicas.
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