A União Nacional (Rassemblement National, RN na sigla francesa), de Marine le Pen, venceu hoje as europeias em França com 31,5% dos votos, segundo os primeiros resultados anunciados hoje pelo Parlamento Europeu (PE). Em segundo lugar, depois da RN (extrema-direita), ficou a coligação encabeçada pelo partido do Presidente Emmanuel Macron, Renascença, com 15,2% e pela dos socialistas (14%), segundo as primeiras estimativa do PE.
A presidência francesa anunciou que Macron fará um comunicado aos franceses ainda na noite deste domingo.
A União Nacional, formação de extrema-direita, já tinha ganho as eleições europeias de 2014 (24,86%) e 2019 (23,34%), mas por margens mais estreitas.
O líder do partido de extrema-direita francês União Nacional, Jordan Bardella, vencedor destacado das eleições europeias, desafiou o Presidente a convocar eleições antecipadas, alegando que o resultado representa uma "rejeição clara" de Emmanuel Macron.
"Esta noite, os nossos compatriotas expressaram um desejo de mudança, mas também um caminho para o futuro", afirmou, numa declaração em Paris, onde foi recebido pelos militantes com gritos de "já ganhámos".
"Recebemos este resultado com humildade, com gravidade e com um espírito de grande responsabilidade", vincou, à chegada ao palco no Pavilhão Chesnay du Roy, zona leste de Paris.
O presidente do partido de extrema-direita desde 2022 considera que uma "mensagem clara foi enviada a Emmanuel Macron e aos líderes europeus".
As primeiras projeções da empresa Ipsos para a maioria dos meios de comunicação social franceses indicam que a União Nacional (Rassemblement National, RN na sigla francesa), formação de extrema-direita, obteve 31,5%, quase um terço do total.
Este resultado representa mais do dobro dos votos previstos para o Renascimento (Renaissance, RE), o partido do Presidente Emmanuel Macron (15,2%).
"O fosso sem precedentes entre a maioria presidencial e o principal partido da oposição reflete, esta noite, um repúdio e uma rejeição clara da política conduzida por Emmanuel Macron e pelo seu governo. O Presidente da República não pode ficar surdo a esta mensagem", continuou Bardella.
O eurodeputado pediu assim "solenemente" ao Chefe de Estado que dissolva a Assembleia Nacional e promova eleições legislativas, que estavam previstas para junho de 2027.
"Esta noite, os nossos compatriotas expressaram um desejo de mudança, mas também um caminho para o futuro", disse.
O Presidente adiantou que fará uma declaração ainda hoje.
À esquerda, as sondagens confirmam um ressurgimento surpreendente do Partido Socialista francês, com o candidato principal Raphaël Glucksmann, que obteve 14% dos votos, segundo estas estimativas.
O partido de extrema-esquerda França Insubmissa (La France Insoumise, LFI), cuja lista foi liderada por Manon Aubry, ficou em quarto lugar, com 8,7%, seguida pelos Republicanos (Républicains, centro direita), com 7,2%, Reconquista!
(Reconquête, extrema-direita), com 5,5%, e Ecologistas (Les Écologistes, EELV, esquerda), com 5,2%.
Só os partidos que fiquem acima da fasquia de 5% dos votos entre as 38 listas que se apresentaram às eleições em França poderão eleger eurodeputados.
O partido fundado por Jean-Marie Le Pen, inicialmente designado por Frente Nacional (Front National), já tinha ganho as eleições europeias de 2014 (24.86%) e 2019 (23,34%), mas por margens mais estreitas.
Mais de 49 milhões de franceses foram chamados às urnas para eleger 81 eurodeputados, o maior contingente depois da Alemanha.
*Com Lusa e AFP
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