O Conselho de Ministros decidiu na quinta-feira manter a proibição no fim de semana de circulação para dentro ou para fora da Área Metropolitana de Lisboa, onde se regista o maior número de casos de infeções, mas quem tenha um certificado digital ou um teste negativo com resultado laboratorial pode circula.
“É natural que hoje, por ser o primeiro dia em que o teste pode ser exigido para efeitos de circulação, se registe um pico de procura, que não foi prevista nem antecipada pelos próprios cidadãos”, disse à agência Lusa Duarte Santos, da direção da ANF.
Por isso, registam-se filas de espera nalgumas farmácias, mas “a situação deverá voltar ao normal nos próximos dias”, referiu.
Segundo Duarte Santos, a procura de testes tem vindo a aumentar, assim como o número de farmácias com o serviço disponível.
Neste momento, há 113 farmácias em Lisboa a fazer testes diariamente, disse o responsável, salientando que estas têm alargado horários e dedicado cada vez mais profissionais a este serviço.
“A rede de farmácias está sempre pronta a aumentar a sua capacidade de resposta para resolver as necessidades em Saúde Pública”, salientou.
Assim que souberam da decisão do Conselho de Ministros, as irmãs Alexandra e Isabel Pinho começaram a contactar várias farmácias da Lisboa e de Loures para fazer o rastreio ao vírus SARS-CoV-2 porque já tinham programado férias no Norte do país
“Eu liguei para seis farmácias da zona de Alvalade, metade disse que só tinha vagas para a semana, e a outra metade nem sequer atendeu o telefone”, contou Alexandra Pinho à Lusa
Já desesperada, telefonou para uma farmácia na avenida Almirante Reis, em Lisboa, e perguntou se, em alternativa ao teste gratuito, poderia agendar um teste pago ao que a funcionária sugeriu para tentar que podia ser que a atendessem.
Entretanto a irmã, Isabel Pinho, já tinha contactado mais de uma dezena de farmácias na zona da Portela, em Loures, Olivais e Marvila, em Lisboa, até que encontrou uma farmácia em Marvila com vagas, onde ao contrário das outas, os testes são feitos por ordem de chegada e não por marcação.
Ainda não eram 17:00 quando chegaram à farmácia em Marvila e já tinham cinco pessoas à sua frente. Enquanto esperavam pelo resultado do teste (cerca de 15 minutos), a fila foi-se adensando, com mais de uma dezena de pessoas, entre as quais de destacava grupo de bombeiros.
Esta procura gerou curiosidades nos profissionais da farmácia que diziam não estar a perceber porque é que tanta gente tinha decidido ir fazer um teste naquele dia.
A procura de testes também tem vindo a aumentar nos laboratórios de análises clínicas como disse à agência Lusa o patologista Germano de Sousa, fundador da rede de laboratórios Germano de Sousa.
“Temos tido um aumento de pedidos desde o final da semana passada, sobretudo, de teste PCR”, disse Germano de Sousa, adiantando que os laboratórios voltaram a realizar 5.000 testes por dia depois de um período de acalmia, em que se realizavam cerca de 2.000 diariamente.
“Hoje, por exemplo, tive imensa gente à porta do meu laboratório principal, em Lisboa, para fazer o teste”, realizado por ordem de chegada.
Germano de Sousa recordou que no pico da pandemia, no início deste ano, os laboratórios chegaram a realizar 10.500 testes por dia.
Os laboratórios da Unilabs adiantaram que começaram a sentir no início de junho “um ligeiro incremento” da procura de testes PCR, um pouco por todo o país e com maior incidência na zona de Lisboa.
Neste momento, não têm qualquer tipo de espera: “Marcamos testes para o próprio dia em qualquer zona do país, com resultados até 24 horas de entrega, sendo que o tempo médio de entrega neste momento é de 12 horas”, adiantou uma fonte da Unilabs.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, já foram realizados em Portugal 12.926.064 de testes PCR e de antigénio.
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