Hoje foi anunciado que serão assegurados serviços mínimos para a greve dos professores, marcada para dia 21 - dia de exames -, decisão que a Fenprof "discorda", mas respeita, disse o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, que falava durante uma declaração aos jornalistas, na sede do Sindicato dos Professores da Região Centro, em Coimbra.

"Discordamos, pois entendemos que nenhuma atividade prevista para dia 21 de junho", a não ser realizada, "porá em causa necessidades sociais impreteríveis", referiu o dirigente sindical, sublinhando ainda que a realização dos serviços mínimos não vai debilitar o protesto.

Apesar de a Fenprof respeitar a decisão da Comissão Arbitral, Mário Nogueira sublinhou que tal decisão cria ainda mais indignação nos professores e apelou aos docentes que forem destacados para usarem um autocolante onde se lê "Professores em Luta; Serviços mínimos".

Durante a conferência de imprensa, o secretário-geral daquela estrutura sindical realçou ainda que a Fenprof vai manter a porta aberta às negociações com a tutela até ao final do dia 20, ao mesmo tempo que mobiliza os professores para uma "grande greve".

A Fenprof recebeu hoje, ao início da tarde, um contacto por parte de "um responsável do Ministério da Educação" a referir que será enviado um documento à estrutura sindical em que constam "as conclusões retiradas" pelo ministro Tiago Brandão Rodrigues no final da reunião de 6 de junho, informou Mário Nogueira.

A estrutura sindical ainda não sabe quando é que chegarão as conclusões da tutela, sendo que, se o que estiver no documento for aquilo que foi dito no dia 06 de junho - "que foi praticamente nada" - a Fenprof mantém a greve.

Mas, acrescentou, se o ministério "estiver disponível para chegar a mais algum lado", encontrando-se processos negociais, a Fenprof tem a porta aberta para a resolução das questões para as quais exige resposta.

O secretário-geral realçou também que a luta dos professores "manter-se-á no ano letivo que se aproxima", caso os problemas que apontam não mereçam uma resposta por parte do Governo.

A Federação Nacional de Educação (FNE) afirmou hoje, por seu lado, respeitar a decisão do Colégio Arbitral de estabelecer serviços mínimos para a greve de 21 de junho, mas alerta que não reduz as razões da insatisfação dos professores.

O Ministério da Educação garantiu hoje estarem reunidas as condições para que os exames nacionais e as provas de aferição se realizem dentro da "necessária normalidade" com a fixação dos serviços mínimos para a greve dos professores pelo Colégio Arbitral, marcada para 21 de junho.

O ministério liderado Tiago Brandão Rodrigues adiantou ainda que "sempre esteve, e estará, aberto ao diálogo com as estruturas sindicais".

A greve foi confirmada pela Fenprof no dia 6, após uma reunião do secretariado nacional da estrutura sindical.

Segundo a Fenprof, a tutela não assumiu compromissos em relação a matérias como o descongelamento de carreiras e o regime especial de aposentação ao fim de 36 anos de serviço, sem penalizações.

[Notícia atualizada às 17:09]