
A 24.ª edição do festival Andanças foi cancelada, anunciou esta quarta-feira a organização em comunicado. Promovido pela PédeXumbo – Associação para a Promoção da Música e Dança, o Andanças estava previsto para 4 a 10 de agosto.
Segundo a organização, "este regresso tinha como primordial objectivo assegurar que todos os participantes voltassem a desfrutar de um Andanças com duração de sete dias, pleno de entretenimento, com segurança e conforto. Contudo, apesar de todas as diligências realizadas, é neste momento impossível garantir os pressupostos necessários à realização do que projetámos para esta edição", pode ler-se.
Assim, "não existindo atualmente alternativas ao espaço onde estava prevista a realização desta edição, torna-se inviável prosseguir com o processo de produção, não restando outra alternativa à PédeXumbo senão o cancelamento do Festival Andanças’2019".
A PédeXumbo diz que vai aproveitar o interregno para "projetar um Andanças num formato adaptado aos desafios emergentes, pensado para proporcionar condições que respondam às presentes alterações climáticas e que, assente na sustentabilidade e preservação do meio envolvente, garanta uma experiência plena aos nossos participantes, artistas, voluntários e parceiros."
Na mesma nota, a organização pede desculpa "pelos inconvenientes subjacentes à não realização da edição de 2019"; e refere que "todos os participantes que já adquiriram o seu bilhete estão a ser contactados no sentido de articular o imediato ressarcimento do valor despendido nos mesmos".
O incêndio de 2016, ocorrido a meio da tarde do dia 3 de agosto, a algumas centenas de metros do recinto, surgiu num dos parques de estacionamento e, em menos de três horas, atingiu total ou parcialmente 458 viaturas.
Em fevereiro de 2017, o Ministério Público (MP) arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo deflagrou.
O advogado Pedro Proença, que representa 70 lesados, interpôs, em julho de 2018, uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco contra a PédeXumbo, a Câmara de Castelo de Vide e a seguradora do grupo Crédito Agrícola, exigindo uma indemnização de 831 mil euros.
Em declarações à Lusa, a coordenadora artística e gestão de projetos da PédeXumbo, Marta Guerreiro, considerava em março que o regresso às margens da albufeira devolve ao Andanças a sua “identidade”, uma vez que, nos últimos dois anos, a iniciativa decorreu na vila de Castelo de Vide.
“O Andanças nunca foi um festival urbano e não é isso que nós queremos que seja”, disse.
Já o presidente da Câmara de Castelo de Vide referiu que este regresso ia ajudar a “relançar” o turismo na zona da albufeira de Póvoa e Meadas.
Concertos, oficinas de dança, bailes, atividades para crianças e famílias, performance e teatro, animação de rua, oficinas de instrumentos e passeios eram alguns dos “ingredientes” do festival, que este ano assinalaria a 24.ª edição.
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