Num comunicado enviado à agência Lusa, como reação ao arquivamento do inquérito ao fogo que destruiu mais de 400 viaturas, divulgado hoje pelo MP, a direção da associação sublinha também a sua “disponibilidade” para, dentro das suas “possibilidades”, contribuir para “ajudar a diminuir os transtornos decorrentes deste incidente”.
“O nosso intuito continua a ser o de criar, conjuntamente, com as pessoas lesadas e todas as entidades envolvidas, uma resolução criativa e concertada, alargada e colaborativa”, pode ler-se no comunicado.
A Pédexumbo manifestou ainda estar disponível para “colaborar e apoiar” as “iniciativas que vierem nesta linha de atuação, assim como para participar na criação de um grupo de trabalho, integrando outros parceiros interessados”, com o objetivo de “procurar soluções preventivas de futuro para eventos culturais” do género.
A Lusa contactou Marta Guerreiro, responsável pela coordenação artística e gestão de projetos da Pédexumbo, mas foi remetida para este esclarecimento oficial da direção.
O despacho final ao incêndio ocorrido no “Andanças”, a 3 de agosto de 2016, foi divulgado hoje pelo MP, em comunicado, e conclui que, "realizadas todas as diligências, não foi possível apurar quaisquer indícios que permitissem concluir que o fogo tivesse sido ateado de forma deliberada ou intencional".
"Também não foi possível recolher indícios que permitissem apurar as circunstâncias concretas em que o mesmo ocorreu, nem a eventual responsabilidade negligente de alguém", pode ler-se no comunicado do MP, publicado na página da Internet da Procuradoria da Comarca de Portalegre.
Promovido pela Pédexumbo - Associação para a Promoção da Música e Dança, o festival tem sido realizado, nos últimos anos, numa área de 28 hectares nas margens da albufeira de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide, distrito de Portalegre, acolhendo milhares de festivaleiros portugueses e estrangeiros.
A meio da tarde de 03 de agosto de 2016, pouco antes das 15:00, a algumas centenas de metros do recinto, o fogo surgiu num dos parques de estacionamento e, em menos de três horas, acabou por atingir total ou parcialmente 458 viaturas.
Numa súmula do despacho de arquivamento, a que a Lusa teve hoje acesso, o MP indicou que a investigação determinou que o fogo teve início na proximidade de três viaturas, mas exclui que o incêndio tivesse começado no interior de alguma delas.
Segundo o MP, a investigação admite que o incêndio tenha tido origem em ação humana não intencional, mas ressalva que tal situação não é possível confirmar com base em dados objetivos, assim como não foi identificado qualquer suspeito.
O comunicado assinalou ainda que a realização do festival estava devidamente autorizada e que o plano de segurança tinha sido devidamente elaborado, contemplando o risco de incêndios.
A preparação do terreno utilizado como estacionamento foi feita nos termos habituais, não existindo regulamentação específica para este tipo de situações ou eventos, observou o MP.
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