De acordo com a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, o fogo na Sertã é o que concentra “maior número de meios” e que desperta “maior atenção” - está a ser combatido por 731 operacionais, auxiliados por 234 veículos e 12 meios aéreos.
No decorrer deste fogo, “158 pessoas foram retiradas das suas casas”, disse Patrícia Gaspar, referindo que algumas já puderam regressar às habitações durante a manhã e outras estão ainda a ser deslocadas.
Além do incêndio na Sertã, que deflagrou no domingo à tarde e se alastrou aos concelhos de Mação (distrito de Santarém) e Proença-a-Nova (Castelo Branco), a Proteção Civil tem centrado as atenções noutros quatro fogos - um que lavra também em Castelo Branco, dois no distrito de Bragança e um em Évora.
Sobre a evacuação de aldeias “por precaução” na Sertã, a representante da ANPC precisou que afetou as povoações de Pereiro (26 habitantes retirados), de Feiteira (26), de Galela (52) e de Roqueira (31).
O combate ao fogo na Sertã tem sido “uma operação muito complexa”, declarou a adjunta de operações da ANPC, informando que o trabalho dos bombeiros está a ser “muito condicionada por aquilo que tem sido a ação do vento durante toda a tarde”, que tem originado “um comportamento inconstante do incêndio” e que tem levado a “um permanente reajuste dos meios no terreno”.
A dificultar o trabalho dos bombeiros está também o facto de existirem aldeias e povoamento dispersos na zona do incêndio, pelo que os operacionais no terreno têm-se empenhado em garantir “proteção, quer às pessoas, quer às habitações”.
Sobre o evoluir do combate ao fogo na Sertã, a Proteção Civil espera que “a noite possa constituir-se como uma boa oportunidade para tentar inverter a evolução deste incêndio”.
“Temos todos os meios possíveis posicionados nesta ocorrência, esperamos que o trabalho que estão a desenvolver possa vir a dar frutos nas próximas horas”, afirmou Patrícia Gaspar, frisando que todos estão empenhados em “garantir a melhor reação possível a este incêndio” na Sertã.
A adjunta de operações da ANPC sublinhou que as condições atmosféricas previstas para as próximas 48 horas “não são animadoras”, uma vez que “o vento continuará a soprar forte” e as temperaturas vão aumentar, existindo vários concelhos em risco máximo de incêndio.
“Todo o cuidado é pouco neste momento”, reforçou a representante da Proteção Civil.
Segundo Patrícia Gaspar, desde as 00:00 de hoje registaram-se 91 ocorrências de incêndios florestais em Portugal e pelas 19:00 estavam ativos cinco incêndios: dois em Castelo Branco, dois em Bragança e um em Évora.
Em relação aos fogos de Bragança e de Évora, a responsável da ANPC disse que a situação está “a evoluir favoravelmente”, indicando que os dois fogos em Castelo Branco são os que centram maior atenção por parte da Proteção Civil.
Em Castelo Branco, além do fogo na Sertã, mantém-se ativo um incêndio em Vale de Coelheiros, devido a uma reativação registada esta tarde, pelo que estão no terreno “três grupos de reforço empenhados” no combate às chamas, no total de 248 operacionais, apoiados por 80 veículos.
Sobre o protocolo bilateral com Espanha, ativado hoje com dois aviões bombardeiros pesados espanhóis a operar no combate ao fogo na Sertã, a ANPC vai reavaliar a situação do incêndio e caso seja considerado necessário vai reativar a ativação deste protocolo na terça-feira de manhã.
“Solicitaremos mais meios, se for a decisão final”, avançou Patrícia Gaspar.
Sobre a concentração da informação sobre os incêndios nos ‘briefings’ da ANPC, em Carnaxide (Lisboa), a representante da Proteção Civil considerou que as ocorrências registadas nas últimas horas são “a prova que é importante salvaguardar a presença dos comandantes operacionais distritais - dos comandantes que estão a garantir a conduta operacional destas ocorrências - concentrados naquilo que é de facto a operação”.
Neste sentido, Patrícia Gaspar defendeu que o modelo adotado agora está a resultar, uma vez que “a informação tem sido passada”.
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