Em declarações à agência Lusa, João Ataíde, presidente da CIM/RC e autarca da Figueira da Foz, disse ainda que foram afetadas cerca de mil casas de primeira e segunda habitação, "que têm de ser recuperadas", e que as chamas que lavraram naquela data em pelo menos 12 dos 19 municípios da Região de Coimbra provocaram 24 mortos e 380 feridos.
"A situação decorrente dos incêndios será sempre um tema prioritário na agenda da Região de Coimbra, que existe a pensar no território. E esse território ficou fortemente abalado", declarou João Ataíde.
O conselho intermunicipal da CIM/RC reuniu hoje em Oliveira do Hospital e dessa reunião saiu um documento com 32 medidas que os 19 municípios querem ver satisfeitas pelo Governo, adiantou.
As medidas incluem, desde logo, a questão dos bens essenciais às populações, a recuperação de casas de primeira habitação, mas também a reabilitação da atividade económica, seja agrícola, seja industrial e turística dos municípios atingidos.
João Ataíde disse que a CIM/RC defende também a recuperação de casas de segunda habitação, "nomeadamente nos territórios de baixa densidade" populacional, bem como linhas de financiamento às áreas empresarial e agrícola, e apoios "diretos e indiretos" à atividade turística para "mitigar e minimizar" os efeitos dos incêndios.
A CIM/RC pretende ainda, entre outras reivindicações, garantias quanto à manutenção dos postos de trabalho e medidas para minimizar os riscos de erosão e impacto ambiental dos fogos, recuperação de infraestruturas afetadas e ações relacionadas com a reflorestação de áreas ardidas e defesa da floresta contra incêndios, também na vertente de sensibilização das populações.
O documento vai ser enviado ao primeiro-ministro, António Costa, com conhecimento ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Manuel Machado.
Na reunião de hoje, para além dos representantes dos 19 municípios da Região de Coimbra, estiveram presentes o secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, o presidente do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Rogério Rodrigues, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, e responsáveis regionais da Agricultura e Segurança Social.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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