Na fotografia, o suspeito, Donald Neely, de 43 anos, surge ladeado por dois polícias a cavalo, após ter sido detido por violação de propriedade. As mãos de Neely estão amarradas às costas e um dos polícias segura-o com uma corda azul grossa.

A imagem está a gerar uma onda de indignação por evocar os tempos de escravidão e os linchamentos por motivos raciais.

Após as críticas generalizadas, a polícia de Galveston disse que ia acabar com a prática.

Num comunicado publicado no Facebook da Polícia de Galveston, o comandante Vernon Hale explica o sucedido. "Uma unidade de transporte não estava imediatamente disponível no momento da prisão e um homem foi algemado e escoltado ao lado de dois polícias a cavalo. Embora esta técnica para transportar uma pessoa seja considerada recomendada em determinados cenários, como durante o controlo de multidões, a prática não era a correta para esta situação", pode ler-se. 

Hale reconheceu, contudo, que os agentes poderiam ter agido de outra forma. "Embora esta seja uma técnica treinada e uma boa prática em alguns cenários, acredito que os nossos oficiais demonstraram um mau julgamento neste caso e poderiam ter esperado por uma unidade de transporte no local da detenção. Os meus oficiais não tinham nenhuma intenção maliciosa no momento da detenção".

O comandante Vernon Hale pediu desculpa pelo sucedido. “Antes de mais nada, devo pedir desculpas ao Sr. Neely por este embaraço desnecessário".

As reações ao sucedido têm sido muitas. Segundo o The Guardian, a cunhada de Donald Neely, Christin Neely, criticou a polícia de Galveston. Neely foi "tratado como um animal", disse, acrescentando que o homem sofre de uma doença mental.

"Estamos em 2019, não em 1819", disse James Douglas, presidente da filial de Houston da NAACP, a primeira organização criada para defender os direitos dos negros nos Estados Unidos, citado pelo jornal Houston Chronicle.

"Um homem negro preso por uma corda por dois agentes da polícia a cavalo, em 2019. Este momento exige responsabilidade, justiça e honestidade — porque precisamos de chamar a atenção para o que isto é: racismo a trabalhar", escreveu na sua conta do Twitter o pré-candidato democrata à presidência Beto O'Rourke.