“Este uso de um agente neurotóxico de grau militar, de um tipo desenvolvido pela Rússia, constitui o primeiro uso ofensivo de um agente neurotóxico na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. É um assalto à soberania do Reino Unido e qualquer utilização desse tipo por um Estado é uma clara violação da Convenção sobre Armas Químicas e uma violação do direito internacional. É uma ameaça à segurança de todos nós”, referem num comunicado conjunto divulgado hoje.
Em causa está o ataque contra Sergei e Yulia Skripal a 04 de março de 2018 em Salisbury, no Reino Unido, na sequência do qual um agende de policia britânico também foi exposto à substância, permanecendo os três hospitalizados.
O Reino Unido informou os aliados de que era “altamente provável que a Rússia fosse responsável pelo ataque” e estes manifestaram a sua solidariedade.
“Concordamos com a avaliação do Reino Unido de que não há nenhuma explicação alternativa plausível, e observamos que a falha da Rússia em responder ao pedido legítimo do governo britânico também contribui para a sua responsabilidade”, continuam, reiterando o pedido a Moscovo para providenciar informação relacionada com este caso.
“A Rússia deve, em particular, fazer uma publicação total e completa do programa Novichok à Organização para a Proibição de Armas Químicas”, sublinham.
Apelando ainda a Moscovo para que assuma as suas responsabilidades enquanto membro do Conselho de Segurança da ONU “para defender a paz e a segurança internacionais”.
O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, 66 anos, e a filha Yulia, 33, foram encontrados inconscientes no dia 4 de março, num banco num centro comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra, e estão hospitalizados em “estado crítico, mas estável”.
O chefe da polícia antiterrorista britânica, Mark Rowley, revelou que Skripal e a filha tinham sido vítimas de um ataque deliberado com um agente neurotóxico, um componente químico que ataca o sistema nervoso e que pode ser fatal.
Na segunda-feira, numa intervenção no Parlamento, Theresa May considerou “muito provável” que a Rússia tivesse sido responsável pelo duplo envenenamento.
Na quarta-feira, May anunciou a “suspensão de contactos bilaterais” com Moscovo e a expulsão de 23 diplomatas russos, decisão que a embaixada russa em Londres classificou como “hostil”, “inaceitável” e “injustificada”.
A Rússia nega qualquer a responsabilidade no ataque, que já mereceu a condenação de vários governos, incluindo o de Portugal, e de dirigentes como os presidentes norte-americano, Donald Trump, e francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
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