Pela sexta vez desde 05 de dezembro, os sindicatos franceses apelaram a “uma jornada de mobilização interprofissional em massa, de paralisações e de manifestações”.

Manifestações decorreram hoje em várias cidades do país, como foi o caso de Marselha, Toulouse, Saint-Nazaire e Paris, segundo relatou a agência France-Presse (AFP).

Na capital francesa, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), a principal central sindical francesa, apontou para a participação de 250 mil manifestantes, menos que os 370 mil registados na última quinta-feira (dia 09 de janeiro).

“Pensões por pontos: todos perdedores, reforma aos 60: todos ganhadores!” era a frase inscrita numa faixa que abria o protesto em Paris, que reuniu pessoas de várias áreas profissionais, como professores, advogados, trabalhadores do setor dos transportes e estudantes, de acordo com a AFP.

“A determinação ainda é grande”, garantiu o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez.

Para o representante da central sindical, que tem estado na linha da frente da contestação contra a reforma das pensões, “nunca é tarde para fazer ceder um Governo”.

Um dos atuais desafios que enfrenta a CGT é manter a mobilização das pessoas para continuar a pressionar o Governo do Presidente francês, Emmanuel Macron, e conseguir a suspensão da revisão do sistema de pensões.

Mas, de acordo com a contagem feita pela AFP a partir dos dados fornecidos pela polícia e pelas autarquias, as manifestações fora de Paris tinham conseguido reunir no conjunto, durante a tarde, cerca de 42 mil pessoas.

A reforma proposta pelo Governo visa alinhar França com a maioria dos países, estabelecendo um sistema “universal” de pensões.

Para tal, o executivo propõe-se a uniformizar os 42 sistemas de pensões diferentes que existem em França e aplicar um sistema de cálculo (por pontos).

Outra das intenções do executivo, era o aumento da idade de reforma dos 62 para os 64 anos.

No fim de semana passado, numa carta assinada pelo primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, o Governo afirmou estar “disponível para retirar” da reforma do sistema de pensões a medida que incentiva os franceses a trabalharem até aos 64 anos.

Na mesma altura, Edouard Philippe ressalvou, no entanto, que a retirada “provisória” da medida estaria condicionada a novas conversações com os parceiros sociais, que teriam de encontrar meios, até finais de abril, para garantir o equilíbrio financeiro do sistema em 2027.

Ainda no fim de semana, a CGT rejeitou a proposta do executivo e manteve a exigência da “suspensão” da reforma do sistema de pensões.

“O debate sobre a idade de aposentação não é mais que fumaça com o objetivo de conseguir a adesão de alguns sindicatos”, declarou então a central sindical.

Novas manifestações estão convocadas para a próxima semana, nomeadamente para 24 de janeiro (sexta-feira), dia em que o projeto-lei sobre a reforma das pensões é analisado em Conselho de Ministros.