O governo do Presidente Emmanuel Macron e as principais organizações sindicais prosseguem negociações, retomadas na terça-feira, mas o protesto prolonga-se pela sexta semana consecutiva.
Hoje haverá “216 manifestações em França, nunca houve tantas”, afirmou o dirigente da poderosa central sindical CGT, Philippe Martinez, à rádio Europe 1.
Segundo a Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro (SNCF), o tráfego está “muito perturbado”, com apenas 60% dos TGV (comboios de alta velocidade), 40% dos TER (comboios regionais) e 30% dos Transilien (suburbanos de Paris) em circulação.
A Torre Eiffel está encerrada e o metropolitano de Paris circula com importantes perturbações, à exceção de duas linhas automáticas que funcionam normalmente.
Os sindicatos apelaram aos trabalhadores para bloquearem os acessos por estrada aos grandes portos, nomeadamente o de Marselha.
As negociações estão nesta altura focadas no financiamento do novo sistema de pensões e Macron pediu ao governo que encontre uma solução de compromisso com os sindicatos.
O governo mantém, contudo, a intenção de aumentar a idade de reforma dos 62 para os 64, uma das medidas mais criticadas.
As mudanças visam uniformizar os 42 sistemas de pensões diferentes que existem em França.
Nas atuais regras, os trabalhadores ferroviários, por exemplo, podem reformar-se mais cedo e outros trabalhadores, como os médicos ou os advogados, pagar contribuições mais baixas.
O governo prevê adotar a reforma em Conselho de Ministros a 24 de janeiro e apresentá-la à Assembleia Nacional a 17 de fevereiro.
Os sindicatos receiam que a reforma do sistema se traduza em mais anos de trabalho para auferir pensões mais baixas e as sondagens indicam que pelo menos metade dos franceses apoia os protestos.
No primeiro dia de protestos, 05 de dezembro, entre 800.000 e 1,8 milhões de pessoas saíram à rua em todo o país em protesto.
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