O antigo secretário da Defesa dos Estados Unidos da América Frank Carlucci, que foi embaixador em Portugal entre 1975 e 1978, morreu no domingo na sua casa, em McLean, no Estado norte-americano da Virginia, aos 87 anos.

O texto apreciado hoje contou com os votos contra dos grupos municipais do PCP, PEV, BE e de quatro deputados independentes (eleitos nas listas socialistas), a abstenção de quatro eleitos do PS e quatro outros independentes, e o voto favorável das restantes forças políticas (PS, PSD, CDS-PP, PPM, MPT, PAN).

As bancadas à direita aplaudiram a aprovação do documento, enquanto os deputados do BE, PEV e alguns deputados independentes abandonaram a sala. Ao todo, foram 10 os eleitos a abandonar o plenário antes de ser feito o habitual minuto de silêncio que se segue as votos de pesar.

Durante esse minuto, os autarcas do PCP (deputados e vereador) presentes na sala, mantiveram-se sentados, enquanto a restante sala fez o voto de silêncio em pé.

O voto apresentado pelo CDS-PP refere que o antigo embaixador “vinha com instruções muito claras” para Portugal, nomeadamente “deter o avanço dos comunistas e preservar a integridade da NATO, assumindo um papel relevante nessa fase, contribuindo para manter a relação de Portugal com os EUA e a sua pertença às nações democráticas e ao espaço atlantista”.

“Demonstrando a confiança que tinha nos democratas portugueses, principalmente em Mário Soares ao qual ficou ligado por laços de amizade, e nos partidos democráticos – PS, PSD e CDS – para colocarem Portugal no caminho da democracia e das plenas liberdades, levou-o a contrariar algumas políticas de Kissinger para o nosso país, demonstrando possuir uma grande experiência diplomática e uma rede de influência em Washington”, acrescentam os centristas.

Recorrendo a uma declaração de voto oral, o deputado comunista Modesto Navarro acusou “quem votou favoravelmente o voto de pesar” de assumir “a intervenção estrangeira em Portugal”, acusando também o CDS-PP de fazer “mais do que uma provocação”.

“O CDS assume contra o patriotismo, contra a nossa independência, a intervenção estrangeira”, rematou o deputado do PCP.

O deputado do Bloco de Esquerda Rui Costa juntou-se às críticas dos comunistas e ironizou que foi vendido aos portugueses “um homem que lutou e abraçou a causa democrática em Portugal”.

“Foi um homem que serviu a mesma diplomacia, que serviu a causa não democrática no Chile três anos antes”, referiu o deputado municipal do BE, acrescentando que “é preciso contar a história como ela é”.

Rui Costa considerou ainda que “não causa espanto a votação que houve nesta assembleia municipal” e que o BE “não se associará a qualquer voto de pesar por qualquer indivíduo que tenha condicionado o curso democrático em Portugal, e que tivesse outro tipo de objetivos”.

O deputado social-democrata Luís Newton criticou as posições tomadas pelo PCP, BE, PEV e pelos deputados independentes.

“Num período muito conturbado da nossa história, houve na altura várias forças estrangeiras que se tentaram posicionar para condicionar o que o 25 de Abril preconizava”, afirmou Luís Newton, defendendo que Frank Carlucci “estava preocupado com o que seria a democracia portuguesa”.

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