O novo Presidente assume funções dia 18 de março.

O cargo de presidente na Alemanha é, sobretudo, de honra - tem valor de autoridade moral do país - enquanto o poder está nas mãos do chefe de Governo e do Parlamento.

Sem surpresas, Steinmeier foi eleito, a uma primeira volta, com 931 votos de um total de 1.260 eleitores. A eleição para o cargo é feita numa sessão especial da Assembleia Federal, câmara mista composta por deputados da Bundestag (câmara baixa do parlamento) e representantes dos estados federados (“Länder”).

Cabelos brancos bem penteados e óculos de aro, Steinmeier, de 61 anos, é licenciado em Direito. Entrou na política pela mão do seu mentor, o ex-chanceler Gerhard Schroeder, de quem foi chefe de gabinete.

Depois de uma primeira passagem pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, entre 2005 e 2009, candidatou-se como líder do SPD nas legislativas de 2009, mas sofreu uma pesada derrota, obtendo o pior resultado da história do partido.

Em 2010 granjeou grande respeito popular ao afastar-se por algumas semanas da política para doar um rim à mulher, Elke Buedenbender, juíza num tribunal administrativo de Berlim.

Steinmeier irá suceder ao presidente Joachim Gauck, de 76 anos, um ex-pastor luterano dissidente da Alemanha de Leste, que anunciou há meses a intenção de não se candidatar a um segundo mandato dada a sua idade avançada.

Trump, 'pregador de ódio'

Conhecido pela sua frontalidade, Steinmeier criticou publicamente Donald Trump em várias ocasiões durante a campanha presidencial, tendo-lhe chamado, nomeadamente, “pregador de ódio”. Mas foi especialmente duro após a eleição, quando disse esperar “tempos mais difíceis” no plano internacional: “Nada vai ficar mais fácil e muitas coisas vão ficar mais difíceis”.

"Steinmeier quer ser um presidente anti-Trump", resume o jornal Berliner Morgenpost.

Muito popular na Europa Ocidental, é menos querido no leste europeu, onde as suas posições por vezes consideradas pró-Moscovo causam preocupação.