O ex-adjunto do ministro das Infraestruturas admitiu em entrevista à TVI/CNN Portugal a possibilidade de processar João Galamba e o primeiro-ministro, António Costa, por difamação.

Pinheiro afirma que tanto Galamba como Costa o “difamaram publicamente” e que tem “matéria jurídica” suficiente para avançar com uma queixa-crime, disse esta sexta-feira à jornalista Sandra Felgueiras. Mas que ainda está a ponderar.

“É uma decisão pessoal”, disse o ex-assessor, acrescentando que a situação ultrapassou os factos. "Quando refiro publicamente, na comissão e nesta entrevista, que fui difamado, tenho noção de que a difamação é um crime", sublinhou.

"Tanto o primeiro-ministro como o ministro das Infraestruturas difamaram-me publicamente, isso para mim é claro, por isso existe aqui matéria jurídica, se quisermos utilizar esse termo, para avançarmos com uma queixa-crime", afirmou Frederico Pinheiro, referindo-se às alegações imputadas à sua pessoa sobre "o roubo do computador" que diz nunca ter acontecido e nega que não estava exaltado quando entrou no Ministério.

"Existe a tal narrativa, que está a ser montada, de que eu recebo um telefonema, que fico extremamente exaltado e decido intempestivamente dirigir-me ao Ministério recolher os meus pertences e, quando chego lá, faço uma série de agressões. Isso não ocorreu, não foi isso que aconteceu. Eu tomo uma decisão racional, porque estava a caminho de casa e passo no Ministério", recorda. "Nunca recebi uma indicação expressa para não entrar no Ministério das Infraestuturas", acrescenta, dizendo que, na noite em que foi buscar o computador, o segurança viu-o entrar na garagem e reagiu de "forma totalmente normal".

Frederico esclareceu que foi fazer uma cópia de documentos pessoais porque o último backup efetuado ao computador tinha sido feito há um ano. Sobre os documentos serem "classificados", Pinheiro disse que os que estavam no seu portátil tinham sido considerados como classificados por sua sugestão e que estavam acessíveis a todos trabalhadores do Ministério.

"Esses documentos estavam, até à minha saída, no arquivo do Ministério, que é livremente acedido por todos os trabalhadores", afirmou.

O ex-adjunto de Galamba revelou ainda ser "estranho" que tenham sido ativados meios da Polícia Judiciária e do SIS para recuperar o computador quando se ofereceu que o entregaria voluntariamente, mas na presença de uma procuradora que é sua familiar, poder ler-se na CNN.