De acordo com a nota do Conselho de Ministros extraordinário, realizado hoje, a declaração de luto nacional justifica-se porque Diogo Freitas do Amaral “foi um político e académico de primeira linha”.

“Democrata cristão convicto, estadista e patriota, foi um dos fundadores do regime democrático, tendo sempre encarado a causa pública como uma missão desligada de sectarismos”, acrescenta o comunicado.

Além dos “cargos cimeiros que ocupou ao longo de mais de 40 anos de participação política ativa”, a nota salienta que o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros se destacou “também enquanto académico e homem de cultura”.

“Será para sempre lembrado como uma referência incontornável na área do Direito Administrativo, deixando uma vasta obra que por décadas marcou e continuará a marcar a formação jurídica”, concluiu a mesma nota do Governo.

O corpo de Diogo Freitas do Amaral, que morreu hoje, vai para o Mosteiro dos Jerónimos, na sexta-feira, e o funeral decorrerá sábado no cemitério da Guia, Cascais, disse à Lusa fonte familiar.

Segundo fonte da família, o corpo do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, que morreu aos 78 anos, irá para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, na sexta-feira à tarde, estando também prevista uma missa, enquanto o funeral se realiza no sábado no cemitério da Guia, em Cascais.

O velório de Diogo Freitas do Amaral decorrerá, a partir das 17:00 de sexta-feira, nos Jerónimos, realizando-se uma missa de corpo presente às 19:00, adiantou à Lusa uma fonte da Presidência da República.

No sábado, às 12:00, realiza-se uma missa no Mosteiro dos Jerónimos, pelo bispo auxiliar de Lisboa, seguindo o cortejo fúnebre, às 13:00, para o cemitério da Guia, em Cascais, acrescentou a mesma fonte.

Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim em 21 de julho de 1941. Foi líder do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974, vice-primeiro-ministro e ministro em vários governos.

Freitas do Amaral, que estava internado desde 16 de setembro, fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992.

Líder do CDS, primeiro-ministro interino, ministro em governos à esquerda e à direita, presidente da Assembleia-Geral da ONU, disse em entrevista à agência Lusa quando já se encontrava doente, em junho de 2019, que sofreu “um bocado” com a derrota nas presidenciais de 1986, embora tenha conseguido dar a volta, com “uma carreira de um tipo diferente” e partir para "uma série de pequenas vitórias".