"Prestamos homenagem ao professor Freitas do Amaral, que foi duas vezes ministro dos Negócios Estrangeiros, para além de ter sido vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa Nacional. Prestigiou também muito Portugal enquanto presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas e é um dos pais fundadores da democracia portuguesa", declarou Augusto Santos Silva, à entrada para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde o corpo do fundador do CDS está em câmara ardente.
Em representação do primeiro-ministro e do Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que Freitas do Amaral "foi muito importante na divulgação dos ideais da democracia-cristã e da doutrina social da Igreja em Portugal" e "foi sempre um europeísta convicto, favorável aos avanços na construção europeia".
"E procurou sempre fazer um diálogo entre as diferentes correntes democráticas em Portugal", acrescentou o ministro, defendendo que "por tudo isso merece ser recordado e homenageado".
Por sua vez, o vice-presidente da Assembleia da República Jorge Lacão lembrou Freitas do Amaral como "um dos vultos mais destacados da democracia portuguesa", considerando que "esta é uma afirmação que é seguramente subscrita tanto pelos seus correligionários como pelos seus adversários políticos".
"Uns e outros nos habituámos a admirar a elevação, o espírito de rigor, a exigência democrática e a disponibilidade permanente para o diálogo e para o compromisso revelado ao longo dos anos pelo professor Freitas do Amaral. É por isso que, em nome da Assembleia da República, aqui venho prestar uma última homenagem", concluiu o socialista.
Jorge Lacão, que se deslocou ao Mosteiro dos Jerónimos em representação do presidente da Assembleia da República, adiantou aos jornalistas que Eduardo Ferro estará presente no sábado nas cerimónias fúnebres de Freitas do Amaral, que morreu na quinta-feira, aos 78 anos.
Diogo Pinto Freitas do Amaral, professor universitário, nasceu na Póvoa de Varzim, no distrito de Porto, em 21 de julho de 1941. Foi presidente do CDS, partido que ajudou a fundar em 19 de julho de 1974.
Freitas do Amaral fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983, e mais da tarde do PS, entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992, tendo exercido as funções de vice-primeiro-ministro, ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.
O seu corpo vai estar em câmara ardente até sábado no Mosteiro dos Jerónimos, onde hoje se realiza uma missa de corpo presente, às 19:00.
No sábado, às 12:00, haverá uma missa nos Jerónimos celebrada pelo bispo auxiliar de Lisboa, seguindo o cortejo fúnebre, às 13:00, para o cemitério da Guia, em Cascais.
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