A procuradoria anti-corrupção espanhola investiga uma comissão paga pela empresa Mercasa à fundação com o nome de José Eduardo dos Santos que pode ter chegado aos dez milhões de euros num negócio de construção de um mercado de abastecimento na capital angolana, Luanda, no valor de 533 milhões.

Os advogados dos visados afirmam que não foi tanto dinheiro porque parte do contrato foi cancelado, mas mesmo no cenário mais modesto, a comissão nunca terá sido inferior a seis milhões de euros.

Os 2% que se destinavam ao então Presidente terão saído de dinheiro público angolano pago ao consórcio público-privado da Mercasa que construiu o mercado.

O desvio de fundos terá sido feito através de um intermediário que está em Angola, Guilherme Taveira Pinto, cuja casa, situada em Linda-a-Velha, Oeiras, foi alvo de buscas em 2014 no âmbito de outro caso de venda de armas de uma empresa espanhola a Angola, em que também foi intermediário e na qual desapareceram 100 milhões de euros.

O suspeito, que está em Angola em fuga de um mandado internacional de detenção, terá remetido o dinheiro que recebeu à fundação, descobriram os investigadores, que analisaram também contas de correio eletrónico.