Num encontro com jornalistas esta tarde em Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da autarquia nortenha, anunciou que com o município fechou as contas de 2018 com um saldo orçamental de 20 milhões, que se juntam assim ao orçamento previsto para 2019.

“Cumprimos o que era nosso objetivo, a transição para as contas no verde”, disse o autarca. A revisão orçamental será votada esta segunda-feira em reunião da câmara, sendo levada no dia 24 de janeiro à assembleia municipal. Esta revisão extraordinária permitirá, diz o autarca, viabilizar investimentos num montante total de mais de 54 milhões de euros.

Num total de dez eixos de investimento, o pacote inclui 5,1 milhões de euros para arruamento, 2,5 milhões para a retirada integral de amianto das escolas do 1.º ciclo e jardins de infância do concelho e a criação de um pavilhão multiusos nos Arcos do Sardão no valor estimado de 2,5 milhões, entre outros projetos.

Em causa está incorporar no valor de orçamento para este ano mais 20 milhões de euros, fruto "de poupança feita em 2018", disse Eduardo Vítor Rodrigues.

"No ano passado pedi contenção. O município tinha entrado no verde, mas estava no verde clarinho. A gestão de 2018 foi totalmente assente em podermos hoje ser ambiciosos", disse o autarca.

Os investimentos incluem protocolos com o ministério da Administração Interna para obras em esquadras da PSP e GNR, bem como a compra de viaturas elétricas para aquelas forças de segurança.

"Não estamos satisfeitos com a atual patrulha. Faltam homens e meios. Estamos a envolver-nos mesmo sem a descentralização. Não podemos fazer mais a não ser envolver-nos", disse o presidente da câmara, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues.

“O número de carros da PSP para Gaia é inferior ao número de carros da polícia municipal para o centro da cidade”, disse o autarca, que sublinha não estar a seguir um modelo inovador com a compra de viaturas para as forças de segurança: “a câmara do Porto já o fez”.

O montante vem da taxa turística e o protocolo com a tutela deverá ser assinado no próximo mês.

2,5 milhões para tirar amianto das escolas

“Será menos uma rotunda que farei, mas Gaia não vai esperar mais”. É assim que Eduardo Vítor Rodrigues explica a decisão de retirar o amianto dos jardins de infância e escolas do primeiro ciclo do concelho.

O investimento de 2,5 milhões de euros surge depois de anos de espera. “O governo anterior criou expectativas”, prometeu a partilha das responsabilidades na retirada deste material das escolas, “mas não cumpriu”, afirmou o autarca.

Serão no total 35 escolas intervencionadas, três das quais no âmbito de requalificações mais profundas.

Centro de Congressos avança mesmo que privados não queiram concessão

Não incluído nesta revisão orçamental, o Centro de Congressos de Gaia, previsto para um terreno privado na zona junto à assembleia municipal, na rua General Torres, paralelo à Avenida da República, deverá avançar, mesmo que não seja possível fechar o modelo de concessão.

Eduardo Vítor Rodrigues diz que caso o modelo não esteja definido até ao final de março, o projeto avança a título municipal. "Se vier até ao final deste semestre a revelar-se que concessão não é viável, a câmara avançará”, afirmou o autarca.

Em outubro do ano passado o presidente da câmara disse que o equipamento com capacidade para cerca de 2.500 pessoas deveria estar pronto em dois anos e ser construído por privados. Equipamento que, estima o autarca, deverá custar cerca de 15 milhões de euros.

A ideia original, que poderá ser revista no final de março, inclui que a câmara abdique das receitas das taxas de licenciamento da obra, mas em contrapartida o Centro de Congressos, construído por privados, será de usufruto da autarquia que após 25 anos fica com o imóvel em definitivo.