
"Eu entendo que o país está mais do que esclarecido e entendo que os portugueses não desejavam uma crise política. Querem que se fale daquilo que lhes interessa e de um Governo que pode melhorar as suas vidas", afirmou o presidente do CDS-PP, que falava aos jornalistas em Coimbra, à margem da tomada de posse da comissão política distrital e concelhias.
Reiterando que o país "está totalmente esclarecido", Nuno Melo considerou que a atual legislatura foi encurtada "por uma razão absurda de quem quis, à falta de argumentos, contestar uma boa governação e levar o regime para a lama, à volta de insinuações".
O líder do CDS-PP reafirmou que "caiu um bom Governo", acreditando que os portugueses "percebem que esta interrupção, esta crise política, é totalmente anormal e escusada", acusando ainda o Chega de ter sido "sempre, durante um ano, o primeiro aliado das esquerdas".
"Fizemos tanta coisa neste ciclo que foi interrompido, mas que por ter sido virtuoso merece ser prolongado e, portanto, eu tenho estas eleições como um interregno. E agora compete ao povo dar essa resposta que eu acho que há de ser de justiça", vincou.
Nuno Melo afirmou que a coligação com o PSD está sólida, que ocupa o "espaço político de centro-direita, que é moderado, que é lúcido, que quer resolver os problemas dos portugueses".
"Agora, durante a campanha, é falar para os portugueses, esclarecer os portugueses, mas sobre aquilo que é substantivo e que lhes interessa e não sobre casos dos quais já estão, sinceramente, totalmente cansados", disse.
A atual crise política teve início em fevereiro com a publicação de uma notícia, pelo Correio da Manhã, sobre a empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, detida à altura pelos filhos e pela mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, - e que entretanto passou apenas para os filhos de ambos - levantando dúvidas sobre o cumprimento do regime de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos públicos e políticos.
Depois de mais de duas semanas de notícias - incluindo a do Expresso de que a empresa Solverde pagava uma avença mensal de 4.500 euros à Spinumviva - de duas moções de censura ao Governo, de Chega e PCP, ambas rejeitadas, e do anúncio do PS de que iria apresentar uma comissão de inquérito, o primeiro-ministro anunciou a 05 de março a apresentação de uma moção de confiança ao Governo.
O texto foi rejeitado na terça-feira com os votos contra do PS, Chega, BE, PCP, Livre e deputada única do PAN, Inês Sousa Real. A favor estiveram o PSD, CDS-PP e a Iniciativa
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