O Conselho Federal (Governo helvético) seguiu a sanção determinada pela UE em 21 de julho, acrescentando a proibição da importação de ouro de origem russa à lista de restrições, em resposta pela invasão da Ucrânia por Moscovo.

Com estas novas sanções, a Suíça proíbe “a compra, importação ou transporte de ouro e produtos de ouro da Rússia”, refere o governo, especificando que “qualquer serviço relacionado a estes bens também é proibido”.

Tradicionalmente neutra, a Suíça rompeu com a sua habitual reserva dias depois do início da guerra na Ucrânia, alinhando com as sanções económicas da UE. No entanto, a adoção das sanções às importações de ouro pela Suíça era aguardada com ansiedade.

Em maio, três toneladas de ouro da Rússia foram importadas do Reino Unido, sem que tivesse sido possível identificar qual empresa as trouxe para a Suíça, revelou a agência Bloomberg. Perante esta importação ‘misteriosa’, a Associação Suíça de Fabricantes e Comerciantes de Metais Preciosos (ASFCMP), que representa as maiores refinarias do país, entrou em contacto com os seus associados e garantiu que nenhum destes foi a fonte desta importação.

Esta organização insistiu no facto de que o “ouro duvidoso” não teria “lugar na Suíça” e recomendou os seus membros a agirem “com a maior precaução”. A alfândega suíça anunciou na altura que estava a examinar essas importações à luz das sanções, enquanto insistia que as importações de ouro da Rússia não estavam proibidas, ao contrário das exportações.

O quarto conjunto de sanções impostas pela União Europeia em 15 de março abrangeu bens de luxo, proibindo a venda, fornecimento, transferência ou exportação de bens de luxo para a Rússia, incluindo ouro, prata, pérolas e diamantes. Mas em 21 de julho, a UE adicionou também explicitamente a proibição de importar ouro da Rússia, inclusive na forma de pó, sucata ou moedas de ouro.

A Suíça tem muitas refinarias para reciclar ouro e fundir barras de ouro, num setor que representa 1.500 empregos diretos de acordo com a ASFCMP.