No final de uma reunião no Palácio Chigi, sede do governo italiano, que se prolongou por cerca de duas horas, não houve declarações públicas dos intervenientes, mas várias fontes partidárias indicaram à imprensa italiana que, “basicamente, todos mantiveram as suas posições”.

Os partidos da oposição estão alinhados em torno da criação de um salário mínimo de 9 euros por hora, mas o executivo de Giorgia Meloni é contra.

Fontes dos partidos da oposição indicaram que a chefe de governo convidou antes os diversos partidos da oposição a trabalharem em conjunto com os parceiros sociais em torno de um projeto lei que vise dar “plena aplicação” ao artigo da Constituição italiana que estabelece que “o trabalhador tem direito a uma remuneração proporcional à quantidade e à qualidade do seu trabalho e, em qualquer caso, suficiente para lhe assegurar e à sua família uma existência livre e digna”.

Segundo as mesmas fontes, a primeira-ministra sublinhou que há agora um período de 60 dias para se tentar chegar a uma plataforma de entendimento.

A maioria parlamentar que apoia o governo de coligação de Meloni aprovou, na semana passada, uma moção para adiar, por dois meses, a discussão em sede da Câmara dos Deputados do projeto-lei para a criação de um salário mínimo, apresentado pelo conjunto dos partidos da oposição.

Na reunião de hoje no Palácio Chigi participaram os líderes dos três partidos que formam a coligação governamental de direita e extrema-direita, designadamente Meloni (Irmãos de Itália) e os vice-primeiros ministros Matteo Salvini (Liga) e Antonio Tajani (Força Italia).

A oposição esteve representada pelos líderes do Partido Democrático, Movimento 5 Estrelas, Ação, Mais Europa, Esquerda italiana e Verdes.

Entre os 27 Estados-membros da União Europeia (UE), a Itália é um dos cinco sem um salário mínimo instituído, juntamente com Finlândia, Suécia, Dinamarca e Áustria, sendo os rendimentos determinados em sede de negociação coletiva entre patronato e sindicatos.