Em comunicado enviado à comunicação social, o Conselho de Ministros de Moçambique indica que o luto nacional inicia-se à meia-noite (hora local, menos duas horas em Lisboa) de 20 de dezembro, em que a bandeira nacional e o pavilhão presidencial serão içados a meia-haste em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares da República de Moçambique.

O Presidente moçambicano lamentou hoje a morte de 73 pessoas e a destruição de infraestruturas, incluindo escolas, hospitais e outros edifícios públicos e privados e pediu “solidariedade” dos moçambicanos para com as vítimas.

“Vamos imediatamente priorizar o apoio na reposição de abrigos, habitações, alimentação, energia, água e distribuição de sementes para além dos outros apoios que estão a acontecer”, declarou Filipe Nyusi, na sua comunicação aos moçambicanos alusiva à quadra festiva.

Um total de 73 pessoas morreram, uma está desaparecida e outras 543 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no norte e centro de Moçambique, indicam dados atualizados hoje pelas autoridades moçambicanas.

O ciclone Chido afetou ainda 329.510 pessoas, o correspondente a 65.282 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro do país, refere-se no novo balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique.

Segundo as autoridades, o mau tempo destruiu, total e parcialmente, 52.476 casas, afetou 49 unidades hospitalares, 26 casas de culto, 11 torres de telecomunicação e 34 edifícios públicos.

Os dados atualizados apontam ainda para um total de 35.461 alunos, 443 professores, 561 salas de aula e 139 escolas afetados, além de 338 postes de energia tombados e 454 embarcações danificadas.

De acordo com o INGD, o ciclone tropical, que se formou em 5 de dezembro no sudoeste do oceano Indício, entrou no domingo pelo distrito de Mecúfi, em Cabo Delgado, “com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora” e chuvas fortes.

O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), mas enfraqueceu para tempestade tropical severa, apesar de ter continuado a fustigar as províncias a norte, com “chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes”.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.