Num jantar que marcou a abertura da campanha para as eleições europeias, no Porto, André Silva culpou António Costa por “colocar a demissão em cima da mesa”, num momento em que não teve o apoio do BE e do PCP, depois de há “três anos e meio se ter comprometido com uma solução governativa estável”.
Além do Governo, o deputado do PAN lamentou também que os partidos de direita tenham trocado “os seus valores e princípios por uma questão de eleitoralismo, querendo mostrar ao país que queriam dar aquilo que nunca quiseram dar”, tendo colocado “em causa a estabilidade e gestão orçamental do país”.
“Demonstra uma clara falta de responsabilidade quer à esquerda e à direita do PS. [Uma] falta de credibilidade destes partidos que tantas vezes falam em valores e ideologia, mas naquilo que é o eleitoralismo a todo o custo, vendem os seus valores e princípios”, vincou.
Sobre a candidatura ao Parlamento europeu, André Silva sublinhou a “total confiança do partido” no cabeça-de-lista Francisco Guerreiro para “levar à Europa o empenho e compromisso que os portugueses conhecem do PAN”, abordando as linhas do programa.
“Somos a força política e braço político da mudança. Não contem com o PAN para hesitações, discursos de intenções, redondos ou vazios. Neste quadro temos de ser perentórios, estamos habituados à narrativa de agradar a todos, mas quando estamos a falar destas matérias [do ambiente], não pode haver meios termos”, disse.
Realçou a “necessidade de rotura das políticas da Política Agrícola Comum (PAC)”, da independência energética, a preocupação com “o flagelo do tráfico de seres humanos, sendo Portugal porta de entrada”, com o investimento da China em países africanos e as consequências nos direitos humanos nessas nações e defendeu o encerramento de empresas poluentes que não cumprem as regras.
Por seu lado, Francisco Guerreiro agradeceu o apoio depositado por André Silva e destacou o “sucesso” da pré-campanha, nomeadamente numa ação em Beja onde encontrou “uma comunidade que espera algo de novo” e que não conhecia o “projeto e as prioridades bem definidas” pelo partido.
“Essas prioridades são colocar no centro do debate político temas e matérias que nunca foram postas. É inconcebível haver partidos políticos que concorrem às eleições europeias sem programas políticos e outros sem qualquer palavra relativa a ambiente e ecologia. Isto é gravíssimo”, apontou.
Salientou também o papel do PAN fora do país, que tem um “modo diferente de fazer política e pontes entre a esquerda e a direita” e onde “tem sido um exemplo” que é possível fazer “diferente”, referindo que têm “concretizado medidas com um deputado apenas” no Parlamento nacional.
“Um deputado em 230 não aprova nada, a sua representatividade é de 0,43. Então como é que o PAN consegue aprovar e trazer a debate tantas medidas? Porque acreditamos nas pessoas, neste novo paradigma e que, acima de tudo, a nossa visão com programas concretos é a nossa linha condutora”, acrescentou.
(Artigo atualizado às 09:18 de 12 maio)
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