Numa nota enviada à agência Lusa, fonte do Ministério do Ambiente admitiu que o Mouchão da Póvoa se encontra "em avançado estado de degradação" e referiu que já foi pedida à Associação Portuguesa do Ambiente (APA) que elabore um "plano de intervenção, cofinanciado pelo Fundo Ambiental".
A mesma nota sublinha que a área afetada "ainda se situa no domínio público" mas, tendo "utilização privada, competiria à empresa proprietária proceder à realização das obras”.
Nesse sentido, a tutela ressalva que terá de ser mais tarde "ressarcida pelos custos da intervenção de emergência".
O Ministério do Ambiente não perspetivou uma data nem qual será a verba necessária para intervir no Mouchão da Póvoa.
A Lusa tentou contactar, sem sucesso, o proprietário do Mouchão da Póvoa.
O Mouchão da Póvoa, com 1200 hectares, é um dos três mouchões existentes no concelho de Vila Franca de Xira (distrito de Lisboa) e caracteriza-se pela atividade agrícola ali desenvolvida pelos proprietários.
Há um ano, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira alertou a APA para a existência de um "rombo grave" num dos diques de proteção do Mouchão, solicitando que o proprietário da ilha pudesse ali realizar "uma intervenção urgente".
Contudo, há uma semana, o presidente daquela autarquia, Alberto Mesquita (PS), referiu à Lusa que a "ausência de uma resposta célere" por parte da APA fez com que o Ministério do Ambiente tivesse assumido, no início deste mês, um compromisso com a autarquia de que iriam ser feitas obras "rapidamente".
A situação do Mouchão da Póvoa já motivou várias manifestações de preocupação tanto a nível local como nacional.
Na segunda-feira, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, visitou os mouchões de Vila Franca de Xira e alertou o Governo para a necessidade de uma "intervenção urgente", sublinhado que o estado atual do Mouchão da Póvoa "coloca em causa a biodiversidade do estuário do Tejo e a atividade agrícola ali existente".
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