“O nosso território precisa de ser mais resiliente a estas alterações. É por isso que a adaptação às alterações climáticas é um dos principais desafios para Portugal. Enfrentar este desafio exigirá a integração das questões climáticas em todas os setores políticos e ações integradas”, afirmou Matos Fernandes no encerramento da cimeira Climate Change Leadership, que decorreu hoje no Porto.

O governante revelou, por isso, que para solucionar esta questão, está prestes a ser lançada a consulta pública do Plano de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas.

Porém, realçou, mais ações são necessárias e Portugal está “empenhado” em tornar-se num país neutro em carbono em 2050 e está a criar um roteiro nacional para o efeito, envolvendo a sociedade civil, empresas e universidades, porque este “é um desafio coletivo, que exige uma resposta coletiva”.

“Em outubro deste ano, começaremos a aprender quais podem ser essas respostas”, indicou.

Para o governante, enfrentar os problemas do século XXI com modelos do século XX é um caminho para o “desastre” e, por isso mesmo, em Portugal foi implementada um “novo modelo de políticas” que enfrenta as causas e não apenas os sintomas, razão pela qual foi assumida, como ambição, a implementação de uma economia neutra em carbono até 2050.

Foi assumido também um território mais resiliente com sistemas naturais prósperos e desenvolver uma economia mais circular.

“Precisamos de uma economia mais inteligente na utilização e valorização dos recursos já em jogo, que utiliza o banco de materiais que já possui (…), que valorize o desempenho em vez da propriedade, que regenere e restaure, em ciclos alimentados por fontes de energia renovável. Precisamos de uma economia circular”, sublinhou.

Segundo Matos Fernandes, as alterações climáticas são o “maior desafio” e, à medida que o planeta se aproxima de um “ponto sem retorno”, a ciência continua a mostrar que as consequências de adiar a ação para enfrentar a crise implicarão soluções mais difíceis de implementar.

“Portugal não é exceção. O sul da Europa é particularmente vulnerável para os impactos das alterações climáticas. O nosso país está entre aqueles que mais sofrerão com estes efeitos”, alertou, defendendo que este é um problema “de hoje” e lembrando a “subida de temperaturas, fenómenos climáticos extremos, incêndios florestais e secas” que “causam danos terríveis e vidas perdidas”.